São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 1994 |
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Ritmo orienta o lutador de boxe
INÁCIO ARAUJO
Produção: EUA, 1956, 113 min. Direção: Robert Wise Canal: Globo, 0h20 As histórias sobre boxe seguem, com raras exceções, o mesmo padrão: jovem pobre, delinquente, descobre que tem habilidade para lutar e, mais, que pode escapar à marginalidade e subir na vida graças a isso. Não é outra a história de Rocco Barbella, que mais tarde assumirá o nome de Rocky Graziano e chegará a campeão mundial de sua categoria (pesos médios, salvo erro). "Marcado pela Sarjeta" baseia-se numa história real, como o "Touro Indomável" que Martin Scorsese fez em 1980, embora sua dimensão seja outra. Em termos de dimensão, no mais, o filme perde para outro realizado pelo mesmo Robert Wise com Robert Ryan, "Punhos de Campeão" (1949). Os problemas são quase os mesmos. Em plena ascensão, Rocky terá de se entender com um antigo colega de penitenciária, que ameaça abrir o jogo sobre seu passado criminal, caso não participe de uma marmelada. Mas Rocky triunfa sobre a adversidade com mais felicidade do que Robert Ryan no outro filme. Ryan é o sujeito submerge num meio desonesto até a raiz dos cabelos. Para ficar ainda nessa ordem de comparações, Paul Newman faz seu papel com a desenvoltura que se conhece, mas acaba por não imprimir a seu Graziano nem o toque trágico de Robert Ryan em "Punhos", nem a demência de Robert De Niro em "Touro". Importa dizer, em todo caso, que estamos face a dois dos melhores filmes de Robert Wise, um diretor extremamente irregular. Mas Wise foi, antes de dirigir, um grande montador. E a montagem é uma arte que se encaixa com perfeição a filmes de boxe. Vale observar como Wise maneja o ritmo, os cortes, o crescendo das tensões, como se desempenha, sobretudo, nas cenas de luta, que se beneficiam, no mais, de uma bela fotografia em preto-e-branco de Joseph Ruttenberg. Texto Anterior: PM exonera coronel? Ponto pro bicho! Próximo Texto: Joe Goode busca unir palavra e movimento Índice |
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