São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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PFL quer incluir suas propostas no programa

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

PFL quer incluir suaspropostas no programa
Provável aliado de Fernando Henrique Cardoso na eleição presidencial, o PFL vai tentar incluir no programa de governo do candidato do PSDB as propostas que não conseguiu aprovar na revisão constitucional.
O documento "Princípios e Metas Fundamentais para um Programa de Governo", que reúne essas propostas, deverá ser entregue na próxima semana ao presidente do PSDB, Tasso Jereissati.
As propostas pefelistas são basicamente da área econômica. Uma delas propõe que o Banco Central se torne independente do governo. Para o PFL, a inflação só será controlada quando acabar a interferência do governo na moeda.
Outra proposta do PFL defende mudanças na estrutura previdenciária. Os pefelistas querem a participação da iniciativa privada no sistema de previdência complementar.
O PFL também vai propor o fim das restrições ao capital externo e a extinção dos monopólios estatais. Os pefelistas querem que FHC assuma compromissos concretos para tornar o Estado menos influente na economia.
Os aliados de FHC defendem também a aceleração do atual programa de privatização. Querem ainda que o candidato assuma a bandeira de criar 12 milhões de novos empregos no país.
O programa do PFL está sendo elaborado por uma comissão de economistas e empresários e é coordenada pelo deputado Gustavo Krause (PE). Antes de chegar ao PSDB, o texto será aprovado pela Executiva pefelista.
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o líder do PFL na Câmara, Luiz Eduardo Magalhães, também têm atuação importante na elaboração do documento. Os dois são permanentemente consultados sobre dúvidas a respeito do texto.
Em troca da aprovação de suas propostas, o PFL promete apoio total à candidatura tucana e sustentação no Congresso ao plano econômico elaborado por FHC.
Aliança com PSDB
O PFL superou a fase de pressa para definir o acordo com o PSDB. Seus dirigentes acreditam que a demora contribuirá para diminuir os efeitos da resistência à coligação entre os peessedebistas.
Para os pefelistas, a coligação entre eles e FHC não deve ser anunciada isoladamente. Querem que ela saia junto com as demais alianças que estão sendo acertadas pelo candidato com o PTB e o PP.
Segundo os pefelistas, isso também constribuirá para diluir reações contrárias ao acordo. O PFL continua sem abrir mão da indicação do vice de FHC. O nome mais forte é o do deputado Luiz Eduardo, filho do ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães.

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