São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Exército fará segurança de chanceleres em SP

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Incidentes provocados por agentes em greve da Polícia Federal levaram ontem o Exército a asssumir, em São Paulo, a segurança do Parlatino (Parlamento Latino-Americano).
Será nas dependências dessa entidade, no bairro da Barra Funda, que se reunirão, entre sexta e sábado, 25 ministros do Exterior da Europa e América Latina.
Os chanceleres estarão participando da 4ª Reunião Ministerial Institucionalizada entre o Grupo do Rio e a União Européia.
Os incidentes ocorreram às 19h de terça-feira, quando assessores dos ministros já haviam terminado a primeira das cinco reuniões preparatórias agendadas.
Cerca de 80 grevistas da PF cercaram o prédio e tentaram arrombar uma das portas, para forçar a saída de um colega que permanecia trabalhando.
O cerco e a tentativa de arrombamento duraram cerca de 20 minutos e só terminaram quando o policial que não estava em greve deixou o local.
Diplomatas brasileiros, responsáveis pela logística do encontro, relataram o incidente ao Itamaraty.
A Presidência da República, informada, determinou que o Ministério do Exército assumisse a proteção dos convidados estrangeiros.
Por se tratar de um evento em que o governo federal é anfitrião, a segurança não poderia ficar por conta de policiais militares ou civis paulistas.
Ontem à tarde, quinze oficiais e cerca de vinte suboficiais do Exército, à paisana, controlavam a movimentação de pessoas e veículos, dentro e fora do Parlatino.
Um dos coronéis encarregados da operação recusou-se a dar entrevista ou a confirmar a razão que havia levado o Exército a substituir a Polícia Federal.
Ainda ontem, por volta das 15h30, formava-se uma fila de 200 pessoas cadastradas pela 2ª Seção (Segurança) do Comando Militar do Sudeste, que seriam recrutadas para reforçar o policiamento.
Na reunião de amanhã e sábado, os chanceleres devem se comprometer a atuar de forma coordenada, sobre certas questões, nos organismos internacionais.
Deverão também reafirmar que eliminarão os obstáculos para intercâmbios comerciais e se comprometerão a assinar protocolos sobre questões técnicas, financeiras e científicas.
O Grupo do Rio, formado em 1986, é integrado pelo Brasil, dez outros países latino-americanos e dois observadores.
A União Européia, ex-Comunidade Econômica Européia, possui 12 membros.

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