São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Professor escolhe mal, diz pedagoga

DA REPORTAGEM LOCAL

Professor escolhe mal, diz pedagoga
Educadora diz que falta orientação
A professora da Faculdade de Educação da USP Circe Bittencourt, 47, critica a FAE por apenas apresentar uma lista de livros e não orientar a escolha.
"Às vezes há títulos melhores que podem ser escolhidos mas os professores não conhecem ou não podem avaliá-los, por falhas que muitos têm na formação", afirma Circe, autora de uma tese de doutorado sobre livros didáticos.
Na sua opinião, a FAE deveria promover cursos para discutir os livros e ajudar os professores na escolha.
"Os livros da FAE são excelentes", diz a professora Terezinha Oliveira Ramos, 46, que dá aulas para a 2.ª série do 1.º grau da Escola Alarico Silveira, na Barra Funda (centro).
Ela discorda de que há frases sem sentido ou bobas nos textos de livros de português.
"O que pode parecer bobo para nós não é para as crianças. Elas inventam histórias e desenvolvem a criatividade."
Ao falar dos alunos, Terezinha Ramos repete o diagnóstico da pesquisadora Circe Bittencourt sobre professores da rede básica. "A maioria tem nível de formação baixo", diz.
Para a diretora de escola Isaura Cadelca, 47, outras fontes devem complementar o livro. "Não pode ser o único material de pesquisa dos alunos."
O maior problema da FAE na opinião da professora Sueli Malaquias, 40, também da 2ª série, é o atraso. Os livros às vezes só chegam em agosto.
Este ano ainda não chegaram os de português. A aluna Amanda de Souza, 7, diz que vai comprar por conta própria. "Minha mãe disse que vou ter o livro segunda-feira."

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