São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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FMI prevê preço maior para matéria-prima

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O relatório "Perspectivas Econômicas Mundiais", lançado ontem pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) reserva algumas boas notícias para o Brasil e demais países em desenvolvimento. O Fundo prevê que os preços das matérias-primas (exceto metais e minerais) terão uma "certa recuperação", após a forte queda dos últimos anos.
As matérias-primas representam cerca de 20% dos US$ 39 bilhões exportados pelo Brasil em 1993, já descontado os minérios e metais.
Uma das exceções é o petróleo, cujos preços médios desceram de US$ 17,37 o barril no segundo trimestre de 93 a US$ 12,65 o barril em dezembro passado.
Apesar da recuperação esboçada no início deste ano, a fraca demanda dos países desenvolvidos e o contínuo aumento da oferta dos países ligados ou não à Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) faz com que o FMI estime nova queda este ano, de 14,7%.
O preço médio recuaria em 94 para US$ 13,76 o barril. O Brasil importou US$ 2,4 bilhões em 1993, menos de 10% do total de US$ 26 bilhões em produtos que o país comprou no exterior.
Quanto às matérias-primas, o FMI espera um crescimento de 6% –após quedas de 3,8% em 93 e 0,5% em 92.
As cotações devem dar novo salto (2,1%) em 1995, segundo o relatório, desta vez acompanhadas pelas do petróleo (alta prevista de 5,9%).
Os analistas do Fundo acreditam que a incerteza sobre o fim do embargo do petróleo ao Iraque manteve ao longo do tempo as pressões baixistas sobre os preços do óleo cru no mercado internacional.
Desde 1986 a redução acumulada dos preços das matérias-primas (exceto metais, minerais e petróleo) atinge cerca de 16%.
"Espera-se que os preços das matérias-primas se recuperem de alguma forma em 94, revertendo as recentes quedas de preços dos metais e minerais e proporcionando maiores lucros em outros preços, à medida que os países industriais recuperem gradualmente o crescimento", diz o relatório.
As cotações dos minerais e dos metais ainda continuará caindo em 94, motivadas pela recessão em vários países desenvolvidos e ao aumento da oferta, especialmente por parte dos países da ex-União Soviética.
América Latina
O relatório do FMI afirma que a América Latina terá uma leve redução em seu crescimento econômico em 94, mas voltará a crescer em um ritmo mais forte em 95, graças à consolidação de reformas econômicas que ocorrem em nível internacional.
O Fundo estima que o ritmo de crescimento do PIB dos países da América Latina e do Caribe será de 2,8% este ano, contra os 3,4% registrados em 93. Mas em 95 voltará aos níveis de 93.
Segundo o relatório, essas projeções podem ser superadas dependendo da rapidez com que se consolide o programa de estabilização econômica do Brasil. A economia brasileira, segundo o FMI, representa 40% do produto regional.
As perspectivas para a América Latina são semelhantes às do restante da economia mundial. As projeções otimistas do FMI são provocadas pela recuperação da economia de países que estavam em recessão, como EUA, Canadá e Grã-Bretanha, e pelo acordo comercial atingido pelo Gatt.
No longo prazo, a Rodada Uruguai aumentará em 10% o volume do comércio mundial, segundo o relatório do FMI.

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