São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Banco Central reduz taxas de juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Banco Central reduz taxas de juros
Mercado futuro de IGP-M estima inflação menor para abril; índice da Bolsa paulista cai pelo sétimo pregão seguido
As Bolsas de Valores registraram queda nas cotações pelo sétimo pregão consecutivo. O mercado se ressente da falta de entrada de dinheiro novo.
Os investidores estrangeiros estão afastados das Bolsas desde o início do processo de alta nas taxas de juros internacionais.
Ontem, as Bolsas de Valores internacionais acusaram queda nas cotaçãoes refletindo a elevação nos juros externos. Os investidores deixam as Bolsas, procurando o porto seguro do mercado de renda fixa.
O índice da Bolsa paulista acusou baixa de 4,5% ontem. O índice Senn (Bolsa Rio) apurou queda de 4,7%.
A Comissão de Valores Mobiliários divulgou instrução que identifica através de números as operações dos investidores estrangeiros nas Bolsas. Foi uma decisão operacional para reduzir o número de erros em pregão.
Os fundos de capital estrangeiro têm nomes parecidos, o que estava causando confusão na identificação dos investidores nas ordens de compra e venda nos pregões.
O Banco Central diminuiu os juros do overnight (negócios por um dia entre instituições financeiras) de 61,98% ao mês no dia anterior para 61,85% ao mês ontem.
A queda nos juros reflete a revisão para baixo na expectativa inflacionária para este mês. O mercado futuro de IGP-M trabalhava com estimativa de inflação para abril de 43,50% no último dia 6 e ontem projetava 40,87%.
Os juros dos CDBs caíram 1.018 pontos em relação ao dia anterior, por causa da expectativa de inflação menor para abril e por causa do maior número de dias úteis (22) em maio em relação a abril (19).
O mercado futuro de dólar projetava desvalorização cambial de 42,53% ontem, contra 42,96% no dia anterior.
O dólar no paralelo registra poucos negócios e o deságio (diferença do comercial com o paralelo) estava em 3,82% ontem, contra 3,89% no dia anterior.(Rodney Vergili)
JUROSCurto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,808% no dia 16, projetando rendimento para o mês de 40,81%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 61,83% e 61,96% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 51,1721%. CDBs prefixados negociados ontem: de 10.000% a 10.700% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 24,0% a 25,0% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 61,85% a 62,50% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 10.100% a 10.800% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6,75% ao ano. Libor: 4,5625% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 4,5%, fechando com 12.838 pontos e volume financeiro de CR$ 214,515 bilhão, contra CR$ 273,79 bilhão no dia anterior. Rio: queda de 4,7% (I-Senn), fechando com 52.200 pontos e volume financeiro de CR$ 21,88 bilhões, contra CR$ 18,12 bilhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
O índice Financial Times de Londres fechou com 2.463,90 pontos, com queda de 22,10 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.882,18 pontos, com queda de 310,16 pontos.
DÓLAR E OURO

Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 1.169,69 (compra) e CR$ 1.169,71 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.147,71 (compra) e CR$ 1.147,73 (venda). "Black": CR$ 1.115,00 (compra) e CR$ 1.125,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.124,00 (compra) e CR$ 1.128,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.075,00 (compra) e CR$ 1.104,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,16%, fechando a CR$ 13.710,00 o grama na BM&F.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,4853, contra US$ 1,4765 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6943 marco alemão, contra 1,7010 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 103,40 ienes, contra 103,23 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 372,20, contra US$ 371,50 no dia anterior.
FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou em 46,36% e em 48,68% para maio. No dia anterior, a projeção foi de 46,85% para abril e 49,76% para maio.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para maio ficou em 18.500 pontos, projetando rentabilidade de 47,91% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para abril ficou em 42,53%, contra 42,96% no dia anterior.

Texto Anterior: TRF concede sigilo de IPMF para bancos
Próximo Texto: FMI prevê preço maior para matéria-prima
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.