São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994![]() |
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Produtores de café não querem venda dos estoques do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Representantes dos produtores de café solicitaram ontem ao ministro Élcio Álvares (Indústria, Comércio e Turismo) que o governo reconsidere a decisão de vender, a partir de maio, 2,4 milhões dos 17 milhões de seus estoques.A venda dos estoques de café, decidida na semana passada por meio de voto "ad referendum" do Conselho Monetário Nacional, visa forçar uma queda dos preços do café no mercado interno. O produto será vendido às empresas de torrefação e de café solúvel. Os cafeicultores solicitaram ao ministro a instauração de inquérito administrativo para verificar a possibilidade de vazamento de informações privilegiadas por parte de funcionários do governo antes do anúncio de venda dos estoques. Para os cafeicultores, o vazamento pode ter possibilitado manipulação do mercado através das Bolsas de mercadorias, principalmente no exterior. Depois do anúncio, as cotações caíram no exterior. "Estamos perplexos com a decisão do governo", afirmou o presidente do Conselho Nacional do Café, Manoel Bertone. Bertone lembrou ao ministro que o Brasil participa de um acordo internacional (programa de retenção de café) entre países produtores, cujo objetivo –elevar os preços do produto no mercado externo– estava prestes a ser atingido quando o governo anunciou sua decisão de liberar os estoques. Segundo ele, quando divulgado o voto, o país estava a oito dias de zerar retenções sobre exportações. Os cafeicultores lembraram também ao ministro Élcio Alvares que o volume a ser vendido corresponde ao dobro do volume retido até agora pelos produtores. Disseram também que a indústria de solúvel e torrefação comprarão produto subsidiado, em condições privilegiadas de pagamento. O ministro, que se comprometeu a instaurar o inquérito administrativo, justificou a venda dos estoques alegando que os preços no mercado interno estão superiores aos do internacional, comprometendo o plano de estabilização do governo. Texto Anterior: AL agora tem rede de agências de publicidade Próximo Texto: Mercedes-Benz pede julgamento do dissídio dos metalúrgicos Índice |
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