São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Estado de saúde de Nixon é crítico

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Piorou ontem o estado clínico de Richard Nixon. O cérebro do ex-presidente dos EUA, que sofreu um derrame segunda-feira, está inchando e seu estado foi descrito como "crítico" pelo New York Hospital-Cornell Medical Center.
Nixon, 81 anos, continua internado na unidade de terapia intensiva do hospital.
Ele chegou a ser transferido para um quarto na terça-feira, mas foi reconduzido à UTI duas horas depois.
O doutor Fred Plum, chefe do departamento de neurologia do hospital, disse ontem que o inchamento no cérebro de Nixon é consequência da morte de tecidos na região afetada pelo derrame.
Plum afirmou que o inchamento "é comum e sério" entre as vítimas de derrames. "As próximas horas são críticas", disse.
O derrame paralisou o lado direito do corpo do ex-presidente e fez com que ele perdesse a capacidade de falar.
Nixon tem recebido mensagem de várias partes do mundo. Ontem pela manhã, o presidente russo Boris Ieltsin enviou um telegrama ao hospital.
"Espero que você melhore e volte à vida política", escreveu.
O presidente americano Bill Clinton afirmou que está sendo informado a cada hora sobre o estado de saúde de Nixon. Clinton disse que falaria à noite com uma das filhas do ex- presidente.
Julie Eisenhower e Tricia Cox, as filhas de Nixon, passaram o dia todo ontem na hospital. A mulher do ex-presidente, Pat, morreu em junho de 1993.
A Biblioteca Presidencial Richard Nixon em Yorba Linda, Califórnia, onde Nixon nasceu, abriu um livro onde fãs do ex-presidente preencheram mais de doze páginas com estimas de melhora.
O consul-geral do Japão em Los Angeles, Yoro Noboru, escreveu "por favor, melhore logo" no livro da biblioteca.
Algumas pessoas estavam vendendo souvenirs com a assinatura de Nixon em frente à biblioteca. Incluíam fotos e tacos de basebol por US$ 300 e cartões postais (com selos com a efígie de Elvis Presley) por US$ 100.
Nixon foi o 37 presidente dos EUA. Ocupou o cargo entre janeiro de 1969 e agosto de 1974, quando renunciou à Presidência em meio a um escândalo político (Watergate) em que tomou parte.

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