São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994
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Ataque a hospital de Gorazde faz 14 mortos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 14 pessoas morreram no hospital de Gorazde, atingido ontem por bombardeio sérvio. A ofensiva sérvia de ontem sobre o encrave muçulmano da Bósnia deixou 44 mortos e 137 feridos.
O ataque fez o presidente dos EUA, Bill Clinton, reforçar a proposta do secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, por mais ataques da Otan na Bósnia.
Clinton defendeu a repetição do ultimato de Sarajevo nas outras cinco "áreas protegidas" da ONU –Gorazde, Zepa, Tuzla, Bihac e Srebrenica.
Na capital da Bósnia, as armas pesadas dos sérvios num raio de 20 km que não estiverem sob controle da ONU estão sujeitas a bombardeios aéreos.
O presidente russo, Boris Ieltsin, é contra nova ação da aliança militar ocidental. Para a Rússia, tradicional aliada dos sérvios, isto levaria a uma escalada na guerra.
O ataque a Gorazde veio horas após os sérvios aceitarem acordo com as forças da ONU para uma trégua. O cerco sérvio à cidade começou há três semanas.
"Crianças estão morrendo, e mulheres. Isto não é mais guerra é chacina, chacina", disse Aldijana Resic, médico do hospital. "É impossível salvar as pessoas, elas estão morrendo na minha frente."
Um centro de refugiados e o centro da Cruz Vermelha na cidade também foram atingidos. Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas.
Segundo o comando das tropas da ONU, os sérvios bombardeiam a cidade por todos os lados. Todos os pontos estratégicos estão sob controle dos sérvios e eles podem tomar a cidade quando quiserem.
O aiatolá Ali Khamenei, líder espiritual do Irã, disse ontem para as tropas do país ficarem prontas para intervir na Bósnia. Segundo ele, "o desgraçado sistema ditatorial que prevalece no mundo não tolera ver um país muçulmano estabelecido no coração da Europa".

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