São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994 |
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Instabilidade policia Instabilidade policial Pela polêmica publicidade que vem recebendo, pela amplitude e gravidade das acusações que apura, a investigação relativa à chamada lista do bicho requer para sua adequada condução uma dose extra de determinação, de rigor e de serenidade. Nesse sentido, só podem causar inquietação e estranheza as sucessivas mudanças que vêm sendo realizadas na Polícia Militar carioca exatamente no setor responsável pela apuração das relações entre a polícia e a máfia do bicho. Em apenas dois dias, esta semana, três nomes diferentes ocuparam a chefia da Polícia Judiciária, provocando uma instabilidade que em nada contribui para o bom andamento das investigações. Ao contrário, suscitam dúvidas e indagações. A primeira substituição, na segunda-feira, já foi polêmica na medida em que o exonerado, o tenente-coronel Walmir Brum, havia tido participação de destaque na apuração que levou ao envolvimento de policiais com o bicho. Foi acusado de ter indevidamente divulgado informações para a imprensa. Não bastasse, seu sucessor não durou 24 horas no cargo, rotatividade tanto mais intrigante e inadequada quando se recorda que o caso já está cercado de grande controvérsia. Qualquer medida que contribua para conturbar o cenário (como a instabilidade na PM) ou estimular o açodamento deve ser evitada a todo o custo. Como mostrou a absolvição do suplente de deputado Aníbal Teixeira (PP-MG), acusado pela CPI do Orçamento com base em dados equivocados, toda predisposição condenatória traz o risco de excessos. Se é decerto imperativo investigar a lista do bicho até o fim, é também necessário fazê-lo sem precipitação, com rigor, cautela e isenção. Texto Anterior: Quanto pior, pior Próximo Texto: Politicagem na CNBB Índice |
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