São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Assaltante é linchado em ônibus no Rio

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Um homem foi linchado e dois foram presos durante uma tentativa de assalto a um ônibus, anteontem à noite, no bairro da Abolição (zona norte do Rio). Os assaltantes presos eram pára-quedistas do Exército.
O civil Flávio Luiz Castro dos Santos, 18, e os soldados pára-quedistas Edilson José de Souza e Wilton Neves da Costa tentaram assaltar o ônibus da linha 638 (Marechal Hermes-Saens Pena) por volta das 22h de quarta-feira.
Segundo a polícia, quando o ônibus trafegava pela rua da Abolição, no bairro do mesmo nome, os passageiros reagiram e começaram a espancar os três.
Além de apanhar, Flávio Luiz dos Santos levou dois tiros na cabeça de um passageiro não-identificado e morreu ao dar entrada no hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte).
A chegada da polícia salvou Edilson de Souza e Wilton da Costa do linchamento. Eles foram presos e levados para da 24ª Delegacia Policial (Piedade, zona norte).
Após serem autuados em flagrante, os dois soldados foram conduzidos pela PE (Polícia do Exército) para o quartel da Brigada de Pára-Quedistas, na Vila Militar (Deodoro, zona norte).
Investigações
O coronel Luiz Cesário da Silveira, relações públicas do Comando Militar do Leste, disse à Folha que tomou conhecimento do caso pela televisão e não apurou detalhes.
Segundo ele, para casos de prisão em flagrante, o procedimento do Exército é de expulsar sumariamente os soldados da corporação e entregá-los à Justiça civil para que sejam processados.
O coronel disse que o efetivo da Brigada de Pára-Quedistas é formado, em sua maioria, por militares profissionais.
Os temporários, que podem ficar na unidade um máximo de quatro anos e oito meses são, geralmente, voluntários.
O coronel disse não ter informações sobre se os dois soldados presos eram profissionais ou temporários.
Na 24ª DP, um detetive de plantão, que não quis se identificar, disse que tinha ordens de não fornecer nenhuma informação sobre o caso para "não prejudicar as investigações".

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