São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 1994
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Firestone pode demitir mil funcionários

DA FOLHA ABCD

A Firestone, empresa que fabrica pneus em Santo André, cancela investimentos para 1994 e pode demitir mil funcionários.
O motivo, segundo a empresa, é a redução da alíquota de importação de pneus de 15% para 2% determinada pelo governo federal.
Também foi cancelada a inauguração de uma fábrica em São José do Rio Preto.
Com a redução de alíquotas, a empresa pode eliminar um turno de trabalho, reduzindo em 22% a produção e eliminando cerca de 1.000 empregos diretos.
A Pirelli Pneus, de Santo André, também poderá ser afetada.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Artefatos de Borracha da Grande São Paulo, Ademir Chiafareli, afirmou que os trabalhadores vão lutar para evitar as demissões junto com as empresas.
Segundo ele, já está sendo elaborado um documento onde os trabalhadores vão pedir ao presidente Itamar Franco e ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, para que a decisão seja revista.
Os borracheiros fizeram uma greve de duas semanas em abril e conseguiram reajuste de 15,5%.
Metalúrgicos
A Mercedes-Benz, de São Bernardo, fez ontem uma nova proposta aos funcionários da fábrica, em greve há nove dias.
Além dos 19% de reajuste aceito também pelas demais montadoras, a empresa se dispõe a contratar cem funcionários.
Os funcionários decidem em assembléia na manhã de hoje se aceitam ou não a proposta da empresa.
Estão parados 200 trabalhadores do setor de motores, o que inviabiliza a produção de toda a fábrica.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que as negociações foram difíceis, mas que a empresa aceitou os argumentos dos trabalhadores.
Vicentinho, acompanhado de diretores do sindicato e membros da comissão de fábrica da Mercedes, e o diretor de Recursos Humanos da empresa, Luiz Adelar Scheuer, estiveram negociando até às 5h de ontem nos escritórios da indústria, em São Bernardo.
A Mercedes já deixou de produzir mais de 1.000 veículos nos nove dias de greve.
A Polícia Militar interveio na noite de anteontem em um protesto de funcionários da indústria Milfra, de Santo André.
Os 400 trabalhadores tentaram impedir que 20 funcionários que não pararam saíssem da empresa.
Durante o protesto, uma funcionária da empresa, Silvana da Rocha Brito, que disse estar grávida, afirmou que foi agredida por um segurança da empresa.
A diretoria da empresa negou a agressão.

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