São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Casa restaurada em Salvador racha

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Pelo menos oito casarões da terceira e quarta etapas de recuperação do Centro Histórico de Salvador (BA) apresentam infiltrações nas paredes, descoloração da pintura e rachaduras externas.
As obras dessas duas etapas foram inauguradas há menos de um mês e custaram US$ 8,2 milhões. Elas foram inauguradas pelo presidente de Portugal, Mário Soares, e pelo ex-governador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 66.
O gerente-comercial da construtora Soares Leone, responsável pela recuperação, Marcos Vianna, disse que a empresa ainda está trabalhando no local.
"Tivemos que apressar o cronograma para que o roteiro da inauguração fosse cumprido", disse.
Vianna disse que em apenas quatro meses a construtora recuperou 189 casarões. "Colocamos no centro histórico 3.000 operários e 25 técnicos, entre engenheiros, arquitetos e especialistas em restauração", afirmou.
O casarão que abriga a Sociedade Protetora dos Desvalidos é o mais afetado pelas rachaduras e infiltrações. "Nos próximos 45 dias, vamos recuperar todos os imóveis que apresentam problemas."
Segundo Vianna, as chuvas que atingiram a capital baiana nos últimos 30 dias contribuíram para que alguns prédios apresentassem descoloração na pintura.
Vianna acrescentou que todos os prédios recuperados não apresentam rachaduras estruturais.
A Soares Leone participou da recuperação de mais de 300 casarões do Centro Histórico.
Além dos casarões reformados no Terreiro de Jesus e Maciel de Baixo, os técnicos promoveram uma reurbanização na área.
A fiação elétrica e os postes foram retirados e as redes de esgoto, água e telefonia foram ampliadas.
Cerca de 250 mil paralelepípedos substituíram a camada de asfalto que cobria toda a área.
Uma praça está sendo construída no Terreiro de Jesus e deve ser entregue no próximo mês.
O governo da Bahia já investiu cerca de US$ 30 milhões na recuperação de 550 imóveis distribuídos em 17 quarteirões do Centro Histórico de Salvador.
Há três semanas os operários trabalham na recuperação de mais 88 imóveis.
Durante as obras, os técnicos encontraram no Pelourinho azulejos da Holanda, França, Alemanha e Portugal, trazidos para Salvador entre os séculos 17 e 19. Antes de as obras começarem, apenas 15% dos prédios tinham rede de esgoto.
Pelo menos 20% dos imóveis restaurados nas três primeiras etapas abrigam restaurantes, ateliês, galerias, lojas de artesanato, bares, lanchonetes, sorveterias, cafés e livrarias. Nove instituições públicas e privadas funcionam na área.
Pelo menos 70% dos casarões recuperados foram construídos entre os séculos 18 e 19. Segundo os técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), todos passaram por um trabalho completo de restauração.
A recuperação incluiu reforço das fundações, restauração das paredes e pisos, substituição dos telhados e nova pintura.

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