São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Dia das Mães anima shopping centers

DA REPORTAGEM LOCAL

Lojistas descartam euforia de vendas
Os lojistas estão otimistas quanto às vendas do Dia das Mães, mas não apostam em uma corrida desenfreada às compras.
Para fisgar o consumidor, quatro shoppings de São Paulo e uma associação de lojistas sorteiam cerca de US$ 220 mil em prêmios que vão de roupas a carros importados.
"A previsão é vender US$ 1 milhão amanhã, como um dia normal de semana", diz Claudio Garini, presidente da Associação dos Lojistas do Shopping Ibirapuera.
Segundo ele, este fim-de-semana prolongado não deve atrapalhar as vendas. Motivo: muita gente de outras cidades aproveita o feriado para fazer compras em São Paulo.
Desde janeiro, as vendas no Ibirapuera tiveram alta real de 10% (descontada a inflação) em relação ao mês anterior. Comparadas a igual período de 93, elas estão se mantendo.
Para o Dia das Mães, Garini projeta crescimento de 10% no negócios em relação ao ano passado.
José Roberto Vosso, superintendente do Morumbi Shopping também não aposta em uma explosão de consumo.
"O consumidor está retraído", afirma Garini. No primeiro trimestre de 93, o seu shopping registrou crescimento de 20% nas vendas sobre igual período de 93.
O ritmo dos negócios ficou mais lento a partir de abril. Isso é reflexo das mudanças nas regras da economia, diz Garini.
"Se maio fechar com alta real de 10%, fico satisfeito", diz Luís Otávio Vieira de Souza, superintendente do Shopping Tamboré.
Wanderley Cruz, diretor-superintendente do Shopping Eldorado, está cauteloso. A previsão é fechar abril com crescimento de 12% sobre igual período de 93.
Há muita expectativa, tanto do comerciante como do consumidor, quanto à nova moeda, analisa Cruz, do Eldorado, que não está investindo em promoção.
Mas há quem pense diferente. Tanto os lojistas da rua Oscar Freire, região dos Jardins, como os do Shopping Center Norte esbanjam otimismo.
"Vamos vender 20% a mais em relação ao Dia das Mães de 93", prevê Nina Bastos, da Associação de Lojistas da Oscar Freire. O Center Norte aposta mais alto: de 20% a 25% de crescimento.
A alta nas vendas já bateu na Oscar Freire. Com a entrada da coleção de outono e a URV, a boutique Blowup vendeu 35 pares de sapato em apenas um dia. A sua média oscilava entre 15 e 20 pares.
Apesar de otimistas, os 180 lojistas da Oscar Freire não vão trabalhar neste domingo. Analisaram os pós e os contras e concluíram que é mais negócio abrir as portas nos dois próximos sábados até às 20 horas.

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