São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994 |
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Nixon iniciou o desmonte da Guerra Fria
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Sua oratória histérica anticomunista lhe deu prestígio, fama e, no limite, a Presidência dos EUA. No poder, deu início ao processo de desmonte da Guerra Fria, encerrado por outro ultraconservador, Ronald Reagan. Seguindo o que chamou de "Doutrina Nixon", acabou com a Guerra do Vietnã: primeiro nacionalizando o conflito, depois promovendo a conferência de paz de Paris, afinal retirando os soldados dos EUA do país. Ainda como parte da "Doutrina Nixon", a presença militar norte-americana em todo o Sudeste Asiático foi reduzida ao mínimo. Em 1971, Nixon apoiou a entrada da China na ONU (Organização das Nações Unidas). No ano seguinte, realizou a dramática "viagem pela paz" a Pequim, onde foi recebido efusivamente por Mao Tse-tung, com quem celebrou o fim do isolamento chinês de 23 anos. Em maio de 1972, ele se tornou o primeiro presidente norte-americano a visitar Moscou, outro marco da política de distensão com os comunistas. Com Leonid Brejnev, líder da então União Soviética, Nixon assinou três importantes acordos de desarmamento: o Salt (1972), que limitou e congelou o número de mísseis nucleares dos dois países, o de armas químicas (1971), que eliminou esse tipo de armamentos dos seus arsenais, e o do mar (1970), que baniu testes nucleares em águas internacionais. Nixon e Brejnev realizaram programas inéditos de cooperação científica entre os dois países. Aumentaram o comércio bilateral a níveis sem precedentes e acertaram a primeira missão espacial conjunta de americanos e soviéticos, a da Soyuz 19 com a Apollo 18, que aconteceu 11 meses depois da renúncia de Nixon e foi, no seu tempo, o mais importante símbolo da aproximação EUA-URSS. (CELS) Texto Anterior: Da infância pobre ao escândalo Watergate Próximo Texto: Entenda o caso Watergate Índice |
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