São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entenda o caso Watergate

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Na madrugada de 17 de junho de 1972, cinco integrantes do Comitê para a Reeleição do Presidente foram presos na sede nacional do Partido Democrata, no edifício Watergate, às margens do rio Potomac, em Washington.
A operação tinha o objetivo de sabotar a campanha do oponente de Nixon, o senador George McGovern. Foi uma ação amadorística e desnecessária. McGovern nunca ameaçou a vitória de Nixon.
Ao que tudo indica, o presidente não teve conhecimento prévio da invasão. Mas, depois de informado, fez tudo o que pôde para obstruir a Justiça e impedir que seus assessores fossem punidos.
Confiante nos poderes quase ilimitados da Presidência, Nixon lidou com o caso Watergate da maneira mais arrogante possível. Isolou-se até acabar quase sozinho. Ao final, só a filha Julia era contra a sua renúncia.
Nixon foi o primeiro presidente da história dos EUA a renunciar. Se não tivesse feito isso, teria sido o primeiro a ser impedido. A opinião pública, o Congresso, o Poder Judiciário estavam contra ele.
Watergate, logo após a derrota no Vietnã, jogou o moral coletivo dos norte-americanos a um nível baixíssimo. Mas provou que as instituições democráticas funcionam mesmo nas piores crises.
(CELS)

Texto Anterior: Nixon iniciou o desmonte da Guerra Fria
Próximo Texto: País tem 4 ex-presidentes vivos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.