São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Premiê de Israel aceita fim de colônias

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, disse ontem que aceita acabar com os assentamentos judaicos em todos os territórios árabes ocupados em troca de paz.
Rabin, que anteontem irritou os colonos de Golã (norte) ao dizer que os tiraria de lá em troca da paz com a Síria, afirmou que sua declaração também se aplica à faixa de Gaza e à Cisjordânia.
A Organização para a Libertaçao da Palestina (OLP) elogiou a declaração de Rabin. "Tal inciativa sem dúvida aliviará a tensão nso territórios", disse um assessor do líder Iasser Arafat.
Judeus contrários à devolução de terras aos árabes fizeram protesto em Tel Aviv, ontem. Ao mesmo tempo, generais da reserva fizeram passeata pela paz.
Rabin era comandante do Exército israelense quando os três territórios foram conquistados em 1967, na Guerra dos Seis Dias.
"Se você ler entrevistas comigo feitas no passado, você verá que, por segurança, eu disse que não acabaria com as colônias; pela paz, sim", afirmou o premiê.
A declaração de Rabin vem apenas dois dias antes da visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Warren Christopher.
O objetivo da viagem –a quarta de Christopher ao Oriente Médio– é retomar as negociações de Israel com os países árabes –Síria, Líbano e Jordânia.
Elas estão suspensas desde 25 de fevereiro, dia do massacre da mesquita em Hebron, quando um colono matou 29 palestinos.
O acordo final com a OLP para implementar o governo palestino em Gaza e na cidade de Jericó (Cisjordânia) está próximo.
O principal negociador de Israel, Amnon Shahak, disse que a retirada das tropas dos territórios vai estar concluída três semanas depois de acertados os detalhes.
Pelo acordo assinado em setembro passado, a retirada deveria ter começado em dezembro e estar concluída no último dia 13.
Os detalhes finais da transição para a autonomia palestina devem ser acertados nos primeiros dias de maio, de acordo com as duas delegações no Cairo (Egito).
Em Bucareste, capital da Romênia, o chanceler israelense, Shimon Peres, e o líder palestino, Iasser Arafat, encerraram otimistas uma série de cinco encontros.
"Acho que limpamos do ar vários mal-entendidos", disse Peres.
Ainda há detalhes não definidos, como até que ponto a lei palestina vai valer nos territórios onde houver autogoverno, determinação do espaço aéreo e marítimo.
Na faixa de Gaza, os grupos palestinos rivais Fatah e Hamas anunciaram que, por 30 dias, vão deixar de matar os árabes suspeitos de colaborar com Israel.

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