São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Hata promete mudanças 'verdadeiras' para o Japão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A um passo de tornar-se primeiro-ministro do Japão, o chanceler, Tsutomu Hata, prometeu "reformas genuínas" no país.
Hata disse ontem que o novo governo terá "responsabilidades assustadoras". Ele citou duas grandes tarefas pela frente: resolver o conflito comercial com os EUA e abrir a economia japonesa.
Ele disse que espera chegar a um acordo comercial com os Estados Unidos até julho.
Hata, 58, foi ontem oficialmente escolhido como candidato comum dos sete partidos da coalizão de governo.
Seu nome será apresentado na votação parlamentar de segunda-feira para eleger o substituto de Morihiro Hosokawa.
Embora a oposição deva apresentar outros nomes, a eleição de Hata é considerada certa, já que a coalizão tem maioria parlamentar.
Hosokawa renunciou no último dia 8 para que sejam apuradas denúncias de corrupção contra ele.
Sobre os atritos com os EUA, Hata afirmou que o "Japão deve fazer todos os esforços" para chegar a um acordo antes da reunião do Grupo dos Sete (países mais industrializados) em julho.
O superávit comercial do Japão, acrescentou, está na base do atrito.
Ele pediu a cooperação da coalizão para ampliar sua base de apoio até as próximas eleições.
Políticos e analistas acham, contudo, que disputas políticas recentes deixaram a coalizão frágil.
Hosokawa renunciou há duas semanas, mas disputas internas na coalizão adiaram a escolha de seu sucessor.
Michio Watanabe, um dos principais líderes do PLD (Partido Liberal Democrático, principal partido de oposição) chegou a ser cotado, por causa do impasse.
O PLD ficou 38 anos no poder, até ser derrotado nas eleições de agosto passado, envolvido em escândalos de corrupção.
"O fato de que foram necessárias duas semanas para a coalizão fechar uma plataforma política vaga significa que Hata terá dificuldades para governar", disse o jornalista Minoru Morita.

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