São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Itapissuma faz mutirão para casa e saneamento

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Itapissuma faz mutirãopara casa e saneamento
A Prefeitura de Itapissuma (45 km de Recife) adotou o sistema de mutirão como base para o desenvolvimento da cidade.
A Igreja Católica participa do movimento doando terras para a construção de casas populares, erguidas pela própria comunidade.
Os moradores não pagam o material de construção, que é comprado e doado pela prefeitura com o dinheiro que arrecadado do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Há 12 anos, 80% das casas do município eram de barro e madeira. Hoje, o déficit habitacional em Itapissuma é de 400 moradias. Com o mutirão, a comunidade planeja reduzir esse número para 300 em 95.
No ano passado, 75 casas foram construídas por meio do sistema de parceria. Outras 20 foram erguidas neste ano.
Cada imóvel possui apenas 30 metros quadrados. O custo, porém, é 60% menor que o de uma casa igual feita por empreiteira, diz o prefeito.
A igreja, dona de cerca de 150 hectares de terra (o equivalente à área de 20 estádios do Maracanã) na parte urbana do município, já doou 90% da área para a construção das casas.
Com a perspectiva de não ter mais espaço para as obras, a prefeitura prepara um pedido de desapropriação de 48 hectares.
"Nesse local, a comunidade quer construir mais 400 casas", afirma o prefeito Yves Ribeiro de Albuquerque (PSB), 45. Segundo ele, é a população quem decide sua sorte.
Dentro desse princípio, um grupo de cem pessoas foi quem escolheu os futuros donos das 44 novas casas que começam a ser erguidas na cidade.
Saneamento
Também são os moradores que fazem as campanhas de arrecadação de recursos para a implantação do saneamento básico.
Desde 1984, um mutirão de saneamento funciona para melhorar os sistemas de água e esgoto da cidade. Das 5.000 casas de Itapissuma, diz o prefeito, 65% contam com água tratada e esgoto.
Lixo reciclado
Todo o lixo da cidade é reciclado. O material orgânico transforma-se em adubo e vai para hortas comunitárias, que abastecem creches e escolas.
Plásticos e metais recolhidos pelos moradores são trocados por alimentos ou material escolar.
Itapissuma é a segunda cidade do Estado que recebe menos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O valor atual equivale a cerca de CR$ 50 milhões mensais, segundo o prefeito. O FPM é repassado pelo governo federal.

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