São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Vale do São Francisco aumenta a exportação de uvas e mangas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Vale do São Francisco aumentaa exportação de uvas e mangas
A implantação de sistemas de irrigação transformou o Vale do São Francisco, no semi-árido nordestino, na maior região exportadora de uva e manga do país.
Os principais pólos de desenvolvimento da região são Petrolina (777 km a sudoeste de Recife-PE) e Juazeiro (BA), município vizinho.
A exportação das frutas deve movimentar neste ano US$ 40 milhões, cerca de US$ 10 milhões a mais que em 1993.
Segundo José Gualberto, presidente da Valexport (Associação dos Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), a fruticultura irrigada ocupa cerca de 11 mil hectares (aproximadamente metade da área total de Recife). A associação reúne 40 produtores e cooperativas da região.
No total existem no Vale do São Francisco 160 mil hectares de terras irrigadas, onde se cultivam frutas, legumes e hortaliças.
A uva e a manga ocupam lugar de destaque. A previsão é que as safras desses produtos devam superar as 100 mil toneladas neste ano.
A Valexport calcula que, desse total, 32 mil toneladas serão exportadas para a Europa, EUA, Canadá e Argentina.
O volume de exportações, disse Gualberto, representa cerca de 80% do total das exportações de uva e manga pelo Brasil.
Além desses produtos, os agricultores do Vale do São Francisco estão investindo nas culturas de acerola e de aspargo.
Segundo a Valexport, já estão em produção neste ano 150 hectares de acerola. Deverão ser colhidas 1.200 toneladas da fruta.
O sucesso dos plantios irrigados tem atraído as indústrias. De acordo com Gualberto, existem hoje na região três fábricas de vinho.
Outras nove indústrias processam o tomate, a acerola e o aspargo. Pequenas empresas trabalham com polpas de frutas.
A irrigação começou a ser implantada no semi-árido na década de 60, por meio de projetos públicos da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
O sistema aproveita a água do rio São Francisco, que divide os Estados de Pernambuco e Bahia.
O grande incremento da irrigação, porém, só aconteceu a partir do final da década de 70, com a entrada das empresas privadas.
Hoje, de acordo com a Valexport, existem 50 médios e grandes produtores atuando no local. 70% da produção vem do conjunto dos pequenos agricultores (cerca de 500), que têm áreas inferiores a seis hectares.
Para Gualberto, há possibilidade de que a área irrigada no semi-árido alcance 500 mil hectares em um prazo de até dez anos.

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