São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Monopólio estatal do petróleo divide especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O monopólio do Estado no setor petrolífero deve ser mantido? A Petrobrás, 15ª empresa de petróleo do mundo, é competente para gerenciá-lo?
Estas foram as questões centrais do debate "O monopólio do petróleo", promovido pela Folha na última segunda-feira.
Com mediação do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp e membro do Conselho Editorial da Folha, o debate reuniu quatro especialistas na área.
Defenderam a manutenção do monopólio e a atuação exclusiva da Petrobrás o diretor da estatal João Carlos De Luca e Aureliano Chaves, ex-ministro das Minas e Energia e ex-vice-presidente da República.
Falaram contra a existência isolada da Petrobrás o deputado federal Alberto Goldman (PMDB-SP) e Carlos Mariani Bittencourt, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química e Produtos Derivados).
Para Aureliano Chaves, a Petrobrás vem cumprindo os objetivos da lei que a criou.
"A economia de mercado só tem sentido quando os competidores estão equilibrados, senão vira a lei do mais forte", diz.
Goldman é a favor do monopólio da União, mas acha que a Petrobrás deve ganhar concorrentes.
"Quero trazer de volta para a União o monopólio que passou a ser da Petrobrás", afirma.
João Carlos De Luca, diretor de perfuração, produção e exploração da Petrobrás, diz que o monopólio é a maneira de se ter uma empresa forte e verticalizada.
"Numa situação de abertura de mercado quem vai ficar com o compromisso de abastecer as áreas menos rentáveis do país? A Petrobrás, enfraquecida?", questiona.
Bittencourt, da Abiquim, defende a idéia de que a estatal deve explorar petróleo de forma conjunta com empresas privadas.

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