São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Kandinski foi pioneiro

A primeira obra de arte abstrata, uma tendência que já se esboçava em Cézanne, Matisse e Picasso, data de 1910. É um guache do pintor russo Vassili Kandinski (1866-1944), radicado à época na Alemanha.
Ele busca retirar da obra qualquer semelhança com o mundo físico. Quer expressar a subjetividade do artista ou "a música das cores", como dizia.
Ainda na década de 10, o russo Kasimir Malevitch (1878-1935) reduz o quadro ao menor número de elementos: pinta um quadrilátero negro sobre fundo branco e depois um quadro totalmente negro.
Malevitch quer livrar a arte do naturalismo e de fins práticos.
Defende a supremacia da sensibilidade plástica pura. Daí, o nome suprematismo ao movimento que criou.
Nos anos 20, o holandês Piet Mondrian (1872-1944) segue um caminho oposto ao lirismo de Kandinski: faz telas com linhas horizontais e verticais, preenchida com cores primárias, enfatizando a racionalidade.
A arte concreta, que teria grande impacto no Brasil na década de 50, é lançada em manifesto em 1930 pelo artista holandês Theo Van Doesburg, mas só encontra eco na obra do suíço Max Bill a partir de 1936.
Bill defende a aplicação de princípios matemáticos na construção da obra, o uso de técnicas mecânicas na produção e a criação de produtos que possam ser vendidos em escala industrial. Quer expurgar o sentimentalismo da arte.
A última das correntes abstratas, expressionismo abstrato, nasce no final dos anos 40 em Nova York. Lá, artista como Mark Rothko (1903-1970) e Jackson Pollock (1912-1956) exploram o gesto e o borrão sobre o quadro.
Pollock leva a corrente às últimas consequências. Pinta usando os movimentos do corpo –e não só da mão, como era a tradição. Faz uma espécie de dança sobre a obra, respingando tinta sobre uma tela esticada no chão.

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