São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Situação nos prontos-socorros é precária

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha percorreu na noite de sexta-feira cinco dos prontos-socorros mencionados no relatório elaborado pelo Conselho Regional de Medicina. Em todos, pacientes eram atendidos em macas pelos corredores.
No pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé (zona leste), o plantão médico estava incompleto. Faltava um médico clínico geral e havia filas na porta.
Muitos dos pacientes que procuraram o pronto-atendimento do Tatuapé foram encaminhados para outros hospitais da região. Dentro do hospital, os pacientes estavam sendo atendidos em macas nos corredores.
Em Itaquera (zona leste), no pronto-socorro do Hospital Municipal Waldomiro de Paula, o maior problema verificado pela reportagem são instalações precárias.
O pronto-socorro do Hospital Municipal Tide Setúbal (zona leste) foi o que estava em piores condições. Pacientes lotavam os corredores e eram atendidos em macas.
Até do lado de fora os doentes dormiam esperando por atendimento. Faltavam médicos e auxiliares de enfermagem.
O pronto-socorro do Hospital José Storópoli (Vila Maria, zona norte) estava sem movimento. O hospital é novo. Ortopedista, pediatra e dentista faltaram ao plantão. A enfermagem compareceu ao trabalho.
Três pacientes dormiam em macas no José Storópoli. O cardiologista de plantão, Antônio Chaves, afirma que, "apesar da boa vontade dos médicos, faltam recursos".
"A situação é desesperadora", afirmou Chaves."Este é um hospital novo, completo em termos de aparelhagem, e mesmo assim o médico não consegue dar conta de 50 casos por dia e acaba faltando, para não ser responzabilizado por alguma falha eventual."
"Os médicos não tem motivação para trabalhar", completou.
No pronto-socorro do Hospital Mandaqui (zona norte), pacientes também eram atendidos em macas pelos corredores. Segundo Francisco Souto, administrador do Hospital, o quadro médico do plantão estava completo. Médicos e auxiliares de enfermagem estavam trabalhando normalmente.
Procurados pela reportagem às 22h para comentar a situação dos hospitais, os secretários estadual e municipal da Saúde, Carmino Antônio de Souza e Silvano Raia, respectivamente, não foram encontrados em suas casas e seus gabinetes.

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