São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Aplicação dá ganho líquido de 44,24%

RODNEY VERGILI

A carteira Folha de investimentos teve uma rentabilidade líquida (descontados os impostos) de 44,24% entre os dias 18 de março e 18 de abril de 1994.
A variação da Ufir foi de 42,17% na mesma época.
José Flávio Ramos, diretor-executivo do Banco Crefisul S/A, associado ao Citibank, acreditou no fôlego das aplicações de renda fixa, como as cadernetas de poupança e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
O mercado financeiro exagerou nas projeções de inflação e os juros dos CDBs galoparam.
Ramos observa que o mercado financeiro esperava inflação de até 50% para maio. Só recentemente as taxas nominais dos CDBs caíram, para refletir a revisão para baixo nas expectativas de inflação para abril e maio.
Os consultores estão trabalhando agora com inflação média em torno de 44% para abril e entre 45% e 46% para maio, diz Ramos.
O dirigente escolheu CDBs prefixados. Segundo ele, o mercado não está mais trabalhando com CDBs indexados ao IGP-M.
As instituições ainda não sabem como o governo deverá tratar as aplicações com esse indexador na troca da moeda para o real, diz.
A alta nas taxas de juros internacionais no período foi um sinal amarelo na rota dos dólares para as Bolsas brasileiras.
Os pregões ressentiram-se da falta de dinheiro novo. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo teve uma alta de apenas 5,31% no período.
Alguns fundos de commodities tiveram sua rentabilidade prejudicada por aplicarem parcela do dinheiro no mercado acionário.
Os fundos de commodities oferecem a vantagem de se poder tirar o dinheiro a qualquer momento, sem perda de rendimento, a partir de um período inicial de 30 dias, diz ele. Esses fundos aplicam em títulos de renda fixa, agrícolas e mesmo nas Bolsas de Valores.
Para Ramos, os fundos de commodities com parcela de dinheiro em Bolsa de Valores podem continuar tendo a rentabilidade prejudicada, caso haja continuidade de queda nas cotações no mercado acionário.
Ele acredita que o momento não é adequado para comprar ações. "O mercado está fraco e o comportamento do investidor estrangeiro –que está dando o tom das Bolsas– é incerto", diz Ramos.
Além disso, recentemente, o mercado acionário começou a ser influenciado pelo comportamento das Bolsas no exterior, que operam em céu nublado por causa da continuidade da elevação dos juros externos.
Ramos afirma que o pequeno investidor deve ficar fora das Bolsas até a situação se clarear.
Nos últimos meses, os bancos estão adquirindo equipamentos para acompanhar cada segundo do índice Dow Jones da Bolsa de Nova York. As Bolsas brasileiras e as internacionais estão interligadas, diz o diretor do Banco Crefisul.

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