São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994
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Negócios com usados aumentam pós-URV;Preço

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Negócios com usados aumentam pós-URV
Na imobiliária Coelho da Fonseca crescimento alcançou 40% nos dois últimos meses; preços se mantêm estáveis
As imobiliárias de São Paulo registraram aumento dos negócios com imóveis usados principalmente nos últimos dois meses, época que coincide com a vigência da URV (Unidade Real de Valor).
Justamente o contrário do que aconteceu no setor de lançamentos, em função de nesse período os empresários terem feito uma "parada técnica" –para adaptar o indexador nos contratos futuros.
"Os negócios cresceram entre 35% e 40% de dois meses para cá", diz Michel Ben David, 52, diretor da área de imóveis usados da Coelho da Fonseca.
Na imobiliária Camargo Dias, que tem oito filiais em São Paulo, as vendas aumentarem 27% desde dezembro de 93.
Segundo José Carlos de Mello Rossi, 44, diretor da Camargo Dias, no último mês do ano passado a empresa negociou 96 imóveis usados, enquanto em março foram vendidas 122 unidades.
O aumento na procura de imóveis usados é evidente para Roberto Capuano, 50, dono de imobiliária que leva seu nome e presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis).
"E o melhor para esse setor ainda está por vir", diz Capuano. Ele afirma que a adoção da URV vai permitir a volta da venda a prazo.
"Antes, o proprietário que quisesse parcelar o pagamento tinha que apelar para contratos extra-oficiais em dólar", afirma. A situação não garantia segurança jurídica para nenhuma das partes.
O presidente do Creci ainda afirma que a URV está trazendo investidores para o mercado de usados. Isso porque hoje a locação seria atrativa para o dono –que tem reajuste mensal do aluguel.
Preço
Os preços de imóveis usados vinham sofrendo uma defasagem em dólar desde 89, em função da ausência de financiamento, grande oferta e baixa liquidez.
Rossi, da Camargo Dias, diz que com o aumento na liquidez, os usados tiveram também uma pequena recuperação no valor.
Capuano e Michel David não concordam. Para eles, os preços estão no mesmo patamar dos últimos anos. "A curto prazo essa recuperação não deve acontecer", diz David.
A situação faz consultores afirmarem que o momento continua propício para compra, e nem tanto para venda.
O problema nesse caso é a dificuldade em mensurar quando o quadro irá se alterar, além do fato de que maioria das pessoas que estão vendendo, fizeram a opção pela urgência em obter dinheiro.

LEIA MAIS
Sobre financiamento de usados na pág. 10-9

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