São Paulo, domingo, 24 de abril de 1994 |
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Maior legado foi o desmonte da Guerra Fria
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A maior contribuição de Richard Nixon à história foi ter começado a desmontar a Guerra Fria, que havia feito dele presidente dos Estados Unidos. Toda a sua carreira política foi construída sobre uma retórica que explorava a paranóia que os norte-americanos tinham em relação ao comunismo. No poder, Nixon virou do avesso a teoria do dominó que havia levado à intervenção militar dos EUA na Ásia, acabando com ela. A "vietnamização" da Guerra do Vietnã acelerou o seu final, que foi seguido da retirada dos EUA de quase toda a região. Nixon foi o primeiro presidente norte-americano a visitar Pequim e Moscou. Ele pôs fim ao isolamento chinês do mundo que durou 23 anos. Com a então União Soviética, Nixon firmou importantes acordos de desarmamento e de cooperação científica e comercial. Essa ousadia em política externa foi responsável pela sua mais recente reabilitação diante do público norte-americano. Depois de ter saído da Casa Branca humilhado, como o primeiro presidente a renunciar ao cargo, Nixon conseguiu recuperar a imagem de estadista com livros, conferências e entrevistas sobre relações internacionais. Ele foi modelo de capacidade de ressuscitar na política. Em 1952, quase perdeu a candidatura à Vice-Presidência do general Eisenhower por causa da descoberta de um caixa-dois na sua campanha. Um brilhante e demagógico discurso pela TV o manteve na chapa que venceu a eleição. As derrotas nas disputas pela Presidência em 1960 (para John Kennedy) e pelo governo da Califórnia em 1962 (para Edmund Brown) foram consideradas o fim de sua vida pública. Mas em 1968 ele ressurgiu como "o novo Nixon" e, contra todas as expectativas, chegou à Casa Branca.(CELS) Texto Anterior: Nixon fez sucesso em livros, filmes e teatro Próximo Texto: REPERCUSSÃO Índice |
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