São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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Cientista político prevê governo de coalizão

DO ENVIADO ESPECIAL

O cientista político Sérgio Abranches, outro palestrante do 6º Fórum Nacional, acredita que há uma possibilidade grande de que o próximo governo seja de coalizão.
Essa aliança será social-democrata, ou mais ao centro, caso o senador Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) seja eleito o presidente.
Ficará mais à esquerda, se o eleito foi o candidato petista Luis Inácio Lula da Silva.
Mesmo que Lula e FHC se enfrentem diretamente nas eleições, Abranches acha que a coalizão entre os dois sai assim mesmo.
"No Brasil, nós precisamos nos acostumar com a idéia de que a coalizão para ganhar é uma coisa e a coalizão para governar é outra bem diferente", argumentou Abranches.
O cientista político acha que, com a retirada do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, a disputa presidencial localiza-se do centro à esquerda.
É mínima, em sua opinião, a possibilidade de um governo de caráter conservador-liberal ou populista.
Estabilização
Para Sérgio Abranches, entretanto, o sucesso do futuro governo, quer seja com FHC ou com Lula, depende essencialmente do sucesso do programa de estabilização.
Ela acha mesmo que poderia haver uma negociação dos candidatos para fazer um pacto de estabilidade.
Em caso de fracasso do plano de estabilização, Abranches acha que o futuro presidente, tendo vencido no desastre do programa, acabará tendo um governo fraco e instável.
O ministro Rubens Ricupero, na parte política de sua palestra, havia dito que há uma paralisia na capacidade decisória no país, pela falta de uma aliança majoritária.
Abranches concorda, mas acha que vai continuar assim, com empate entre as forças políticas. Para ele, a hora é mais de parceria do que de hegemonias.

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