São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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Manifestantes atacam neofascismo em Milão

REUTER

Partidos políticos de esquerda lideraram grandes manifestações contra o novo governo conservador da Itália, no 49º aniversário da revolta contra os nazistas e seus aliados fascistas.
Às vésperas da entrada de ministros neofascistas no governo, a esquerda dediciu pela primeira vez festejar na cidade de Milão (ao norte) o aniversário da libertação pelos aliados.
Cerca de 200 mil pessoas, segundo a }Associated Press, se reuniram em Milão, que era considera a capital da resistência ao fascismo na Segunda Guerra.
Em 25 de abril de 1945, um comitê para a libertação nacional foi formado na Milão recém-liberada pelos aliados. Atualmente capital da indústria italiana, Milão é considerada um reduto da direita.
A maior parte dos eventos para marcar a data foi, contudo, organizada pela coalizão de direita do magnata das comunicações Silvio Berlusconi.
A coalizão ganhou as eleições parlamentares no mês passado. Berlusconi deverá ser designado premiê nos próximos dias.
Um de seus aliados, Gianfranco Fini, dirigente da Aliança Nacional, descreveu Mussolini como um dos maiores estadistas do século.
O ditador italiano Mussolini foi aliado da Alemanha hitlerista.
Na semana passada, a presidente da nova Câmara dos Deputados, Irene Pivetti, disse que a política de Mussolini contribuiu para as mulheres e a vida familiar.
Em Milão, os manifestantes cantaram canções que debochavam de Berlusconi e um de seus principais aliados, Umberto Rossi, dirigente da Liga Norte.
Bossi e outros integrantes da Liga foram cercados por manifestantes e vaiados por vários minutos.
A maior manifestação em Milão foi liderada por Achille Occhetto, do Partido Democrático de Esquerda (ex-Partido Comunista).
A polícia, que colocou 4.000 agentes em Milão, disse que as manifestações de ontem foram as maiores dos últimos 20 anos.
Em Roma, onde mais de 15 mil pessoas participaram das comemorações, Fini disse que o aniversário devia ser um dia de reconciliação dos italianos e não fez referências a Mussolini.
A deputada Alessandra Mussolini (Aliança Nacional), neta do ditador, ficou em Nápoles.

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