São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 1994
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Portugal festeja a Revolução dos Cravos

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LISBOA

O presidente de Portugal, Mário Soares abriu ontem as comemorações dos 20 anos da Revolução dos Cravos. Este ano, a festa é dedicada aos jovens, disse Soares.
Além da tradicional parada militar e dos discursos no Parlamento, as celebrações incluíram atividades voltadas para juventude.
O centro das comemorações foi o Largo do Carmo, diante do quartel onde se renderam o premiê Marcello Caetano e o presidente Américo Thomaz em 25 de abril de 1974.
Cerca de 6.000 pessoas estiveram presentes, a maior parte com menos de 20 anos. Na praça, estava o carro blindado usado na tomada do quartel.
No discurso, Mário Soares saudou o estrategista da revolução, Otelo Saraiva de Carvalho, hoje ameaçado de prisão sob acusação de ter dirigido atentados a bomba.
Após perder recurso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, Carvalho pode voltar à prisão para cumprir mais 12 anos de sua pena. Ele esteve preso por cinco anos.
Na parte da tarde, foi realizado um show que incluía desde música de protesto até grupos de rock.
No Parlamento, o CDS (Centro Democrático Social), de direita, criticou os excessos da revolução e salientou a liberdade de imprensa como uma conquista.
A bancada do CDS foi a única em que não foram colocados cravos. O prefeito anterior de Lisboa, do CDS, havia proibido o plantio de cravos nos jardins e parques municipais.
No Porto, o destaque das comemorações foi um grupo de atores que se mascarou de agentes da Pide (a polícia política da ditadura). Eles procuraram mostrar como era feita a repressão.

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