São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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Estudantes do MR-8 fazem ato pró-Quércia

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes ligados ao MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro) manifestaram ontem apoio à candidatura do ex-governador Orestes Quércia à Presidência.
O MR-8 surgiu no final dos anos 60 como organização esquerdista que adotou a luta armada contra o regime militar. Hoje é um braço do quercismo.
O apoio ao ex-governador foi manifestado por cerca de 100 estudantes de diversos Estados.
"No Rio Grande do Sul somos todos Quércia. Não queremos o apoio do deputado Nelson Jobim (PMDB), que disse que apoiará Fernando Henrique", disse Rafael Bastos, presidente da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas.
Após o discurso, ele deu uma cuia de chimarrão de presente a Quércia. Os estudantes gritaram: "A gauchada já decidiu, Orestes Quércia presidente do Brasil".
Eles chamaram Fernando Henrique Cardoso de "candidato almofadinha" e Lula de "pelego".
"Quércia mostrou na prática como investir em educação e em pesquisa", disse o secretário-geral da UNE (União Nacional dos Estudantes), Fauze Chelala.
"Hoje, São Paulo investe em suas três universidades cinco vez mais do que o governo federal destina às suas 53 universidades", afirmou.
A UNE tem 40 diretores. Ontem, estavam presentes seis deles. "Estamos aqui como liderança estudantil e não em nome de entidades", disse Gislaine Caresia, secretária-geral da União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
"Medo de campanha"
Após a manifestação dos estudantes, Quércia afirmou que FHC "está com medo da campanha".
Segundo o ex-governador, a proposta de FHC a Lula no sentido de firmar um pacto de não agressão, "revela que a elite teme perder a eleição".
"Pactos se dão no segundo turno e ele (FHC) ainda não chegou lá", disse Quércia. O ex-governador afirmou que o pré-candidato do PSDB não consegue nunca atingir suas metas.
"Ele se propôs, ao deixar o governo, liderar no Senado a revisão da Constituição. Nem isso conseguiu fazer", disse Quércia.
O ex-governador disse que não baixará o nível da campanha e concordou com as declarações do senador José Sarney, seu rival na disputa da legenda do PMDB. "Ele tem razão ao dizer que o PMDB não tem dono", disse.
Quércia reafirmou que tem conversado com lideranças do PDT, mas disse que nada está definido. "Isso pode ficar apenas para o segundo turno", afirmou.

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