São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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TCU considera suspeito empréstimo para a Globopar e pede explicações

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O empréstimo de US$ 38 milhões concedido em dezembro de 1991 pela CEF (Caixa Econômica Federal) à Globopar, empresa de participações do grupo Roberto Marinho, é suspeito de ser "lesivo ao patrimônio" da CEF, de acordo com relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).
A conclusão é do ministro Paulo Affonso Martins de Oliveira, em relatório aprovado pelo TCU no dia 13 deste mês.
O tribunal deu 15 dias aos dirigentes da CEF da época para explicar esse e outros empréstimos sob a rubrica SDE (Sem Destinação Específica) concedidos entre outubro de 91 e junho de 92.
O advogado José Américo Buentes, do Departamento Jurídico da Globopar, disse que não faria comentários ontem porque a empresa ainda não tinha conhecimento oficial do relatório do TCU.
O ministro do TCU diz em seu relatório que "não se examina se a Globopar deu garantias suficientes para o empréstimo realizado, mas o desvio de finalidade dos recursos arrecadados", que seriam para o SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
O dinheiro da CEF foi usado pela Globopar para a construção de um estúdio de televisão em Jacarepaguá (zona norte do Rio).
Na época, o presidente da CEF era Álvaro Mendonça. O diretor responsável pela área que concedeu o empréstimo era José Carlos Batista Guimarães.
A assessoria de imprensa da CEF disse ontem que é permitida a concessão de empréstimos na rubrica SDE, com recursos da caderneta de poupança, para outras finalidades que não a construção de moradias.
Tramita na 5ª Vara Federal do Rio uma ação popular impetrada pelo deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ) pedindo a anulação do empréstimo à Globopar.

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