São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mínimo não terá aumento real este ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A decisão de conceder um abono salarial para quem ganha um salário mínimo vai ficar para o presidente Itamar Franco. Este ano não deve haver aumento real do salário mínimo, hoje em 64,79 URVs.A comissão interministerial encarregada de elaborar a proposta de recuperação do mínimo não chegou a consenso sobre as propostas de recuperação do mínimo. O abono de 64,79 URVs é apenas uma medida de curto prazo e que pode ser adotada sem aumento real (acima da inflação) do mínimo. A idéia é pagá-lo de uma única vez em quatro ou seis meses, de acordo com a data de nascimento do trabalhador. Três estudos foram analisados ontem por técnicos da comissão, mas nenhum foi considerado convincente. Um deles previa aumento de 6% na inflação com o aumento de 50% para o mínimo. A Folha apurou que o ministro interino do Trabalho, Mozart de Abreu e Lima, não quer prorrogar os trabalhos da comissão para pressionar os técnicos da Fazenda. Segundo ele, técnicos da Fazenda atrasam os estudos de propósito. O presidente Itamar Franco disse ontem que está disposto a transformar o programa de frentes produtivas de trabalho, no Nordeste, no programa de renda mínima. A proposta é do Consea (Conselho de Segurança Alimentar). O programa de renda mínima prevê complementação de renda a famílias carentes. Itamar disse ontem ao Consea que o combate à inflação é prioridade de seu governo. Anteontem, Herbert de Souza, o Betinho, que integra o conselho, cobrou mais empenho dos ministros. Segundo Itamar, "a inflação também é um flagelo". O presidente criticou a imprensa e cobrou mais verdades. "Esperamos que a imprensa brasileira reflita a realidade dos fatos", disse Itamar. Texto Anterior: BB deve arcar com custos Próximo Texto: Governo pode autorizar hoje fundão em URV Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |