São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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Saiba como espantar os pombos

LUÍS EDUARDO LEAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro de Controle de Zoonoses mantém serviço telefônico (tel.290-9755, r. 33) destinado a orientar pessoas interessadas em manter os pombos longe das janelas ou telhados de suas casas.
A maioria das ligações são de moradores insatisfeitos com vizinhos que insistem em contribuir para a proliferação da espécie, dando a eles milho e água (veja textos abaixo).
"Há algumas chamadas irritadas, de pessoas que perguntam se podem servir raticida para os pombos", diz a veterinária Roseane Kakiuti Bonini, 37, do CCZ, que desaconselha o extermínio de aves.
Informar a população, diz a veterinária, é o único meio que o CCZ tem para controlar a proliferação dos pombos –cada fêmea tem entre 10 e 12 crias por ano.
Evitar alimentá-los, afirma, é o melhor remédio para os cidadãos preocupados em controlar a taxa de natalidade dessas aves urbanas.
O uso de anticoncepcionais importados, segundo Roseane, é um método pouco viável porque exige monitoramento frequente (emprego intensivo de técnicos qualificados) para checar se a droga surte efeito e não afeta outras aves.
Além de suas penas entupirem calhas e das fezes (ácidas) corroerem revestimentos em metal ou madeira, os pombos estão associados à transmissão de doenças.
Ao contrário do que se pensa, não são os ácaros de suas penas que causam a maior parte dessas doenças, como alergias e infecções cutâneas (veja quadro ao lado).
"A inalação de poeira contaminada pelas fezes de pombos pode causar ao ser humano doenças como as salmoneloses, a histoplasmose e a meningite", diz Roseane.
Para remover fezes de pombos, recomenda-se usar pano úmido embebebido em solução de água e formol (ou desinfetante).
Em caso de telhados ou locais que tenham grande concentração de fezes, o melhor é deixar a solução sobre os detritos durante 24 horas, e removê-los então com o uso de luvas, aventais e máscaras.
Segundo o CCZ, mesmo com tantos cuidados para evitar o contato com as fezes de pombos, os riscos de contaminação de pessoas por moléstias como a meningite são restritos.
"As pessoas mais sujeitas às doenças graves transmitidas pelos pombos são crianças, velhos ou aquelas com proteção imunológica deficiente", diz Roseane.
Para evitar que os pombos pousem na janela de seu apartamento ou no beiral de sua casa, o CCZ sugere alguns "truques".
Colocar fios de náilon ao redor de floreiras é um deles –os pombos batem com o peito na linha e não conseguem pousar.
Outro recurso válido é colocar papéis laminados em parapeitos de janela –as aves ficam ofuscadas pelo reflexo do sol no papel.

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