São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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Pedestres sofrem na esquina das pombas

Restaurante recolhe 200 litros de fezes

DA REPORTAGEM LOCAL

O melhor lugar para estacionar o carro entre a alameda Santos e a rua Haddock Lobo fica sob uma árvore apinhada de pombos.
Nesta esquina está a casa de Delmira Azem, 78. Ela mora no local desde 1939 e repete há três anos hábito de seu marido, morto em 1990.
Todas as manhãs Delmira coloca milho e água para os pombos. Nos beirais de sua casa e em duas árvores próximas vivem centenas deles.
O costume da dona-de-casa é motivo de reclamação para quem estaciona ou passa a pé sob a árvore da Haddock Lobo junto à esquina da al. Santos.
"Já fui batizado duas vezes", diz o assistente de marketing José Eduardo Pero, 32, em referência às ocasiões em que foi atingido por fezes.
"Normalmente prefiro trocar de calçada a ter que me arriscar nessa aqui", diz, após passar correndo pela "calçada dos pombos", olhando para cima.
O vendedor Davis Langela, 25, arriscou estacionar seu Fusca sob a árvore. De volta minutos depois, contabilizou cinco manchas escuras sobre o carro.
"Se for demorar não paro aqui", diz, mostrando um Gol branco transmutado em ocre ao ficar mais tempo sob as aves.
Para Ibero Alves, 44, dono do restaurante vizinho, o incômodo é ainda maior.
A cada 15 dias, Alves retira quatro sacos de 50 litros cheios de fezes do telhado e limpa as calhas, entupidas com penas.

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