São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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Artistas austríacos visitam e elogiam arquitetura do Pavilhão da Bienal

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Estão no Brasil os dois artistas que representarão a Áustria na 22ª Bienal Internacional de São Paulo, em outubro deste ano: Franz Graf e Herwig Kempinger.
Graf, 40, e Kempinger, 37, deram entrevista exclusiva à Folha ontem, no hotel Cá d'Oro, em São Paulo. Eles chegaram no último fim-de-semana.
Anteontem, visitaram o Pavilhão da Bienal. Disseram ter gostado muito do prédio criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Graf e Kempinger se dizem representantes da geração artística que surgiu no início dos anos 80 na Áustria, e que agora está se tornando conhecida fora do país.
Ambos afirmaram vender mais obras fora da Áustria que dentro. Para eles, a arte austríaca está num momento de reanimação, ainda que o mercado local esteja "muito devagar", segundo Graf.
O trabalho de Graf usa grafite sobre papéis transparentes. Dialoga com o minimalismo, corrente artística dos anos 60 que usava estruturas elementares (círculos, quadriláteros, cores puras).
Graf diz que não é minimalista, mas que procura dar "maior expressividade" àquele rigor. "Acho que não existe diferença entre o expressivo e o abstrato", diz.
Por isso, desenha formas naturais (folhas, partes do corpo humano) e usa palavras –ou seja, faz referências à realidade, o que o minimalismo abominava.
Kempinger, ao contrário, não usa simbologia. Seu trabalho é derivado do de abstratos como Mark Rothko e Barnett Newman, que pintavam grandes áreas de cor.
A intenção é que a vibração da cor atraia o espectador para uma contemplação. "O observador não pode ter pressa, ser passivo. Tem de ficar ali em frente, olhando com paciência", diz Kempinger.
Os dois ainda não sabem o que farão para a 22ª Bienal, mas dizem que vão "aproveitar a arquitetura" do pavilhão. (Daniel Piza)

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