São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994 |
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Artistas austríacos visitam e elogiam arquitetura do Pavilhão da Bienal
DANIEL PIZA
Graf, 40, e Kempinger, 37, deram entrevista exclusiva à Folha ontem, no hotel Cá d'Oro, em São Paulo. Eles chegaram no último fim-de-semana. Anteontem, visitaram o Pavilhão da Bienal. Disseram ter gostado muito do prédio criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Graf e Kempinger se dizem representantes da geração artística que surgiu no início dos anos 80 na Áustria, e que agora está se tornando conhecida fora do país. Ambos afirmaram vender mais obras fora da Áustria que dentro. Para eles, a arte austríaca está num momento de reanimação, ainda que o mercado local esteja "muito devagar", segundo Graf. O trabalho de Graf usa grafite sobre papéis transparentes. Dialoga com o minimalismo, corrente artística dos anos 60 que usava estruturas elementares (círculos, quadriláteros, cores puras). Graf diz que não é minimalista, mas que procura dar "maior expressividade" àquele rigor. "Acho que não existe diferença entre o expressivo e o abstrato", diz. Por isso, desenha formas naturais (folhas, partes do corpo humano) e usa palavras –ou seja, faz referências à realidade, o que o minimalismo abominava. Kempinger, ao contrário, não usa simbologia. Seu trabalho é derivado do de abstratos como Mark Rothko e Barnett Newman, que pintavam grandes áreas de cor. A intenção é que a vibração da cor atraia o espectador para uma contemplação. "O observador não pode ter pressa, ser passivo. Tem de ficar ali em frente, olhando com paciência", diz Kempinger. Os dois ainda não sabem o que farão para a 22ª Bienal, mas dizem que vão "aproveitar a arquitetura" do pavilhão. (Daniel Piza) Texto Anterior: Splash; Aipim; Godê Próximo Texto: Colóquio discute arte brasileira no exterior Índice |
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