São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 1994
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TV interativa mede interesse do público

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Que interesse os comerciais de TV realmente despertam no telespectador? É uma pergunta ainda difícil de responder.
As pesquisas de "recall" medem se o anúncio ficou registrado na memória do público, mas não têm como avaliar o grau de interesse que o comercial despertou.
Tudo pode mudar com a interatividade. É a palavra do momento para executivos de TV, agências de publicidade e o pessoal da área de informática que está viabilizando o novo sistema.
Com ele o público abandonará seu papel passivo diante da TV. Uma placa de chips vai permitir que o telespectador seja parte ativa da programação, participando de jogos, respondendo a perguntas que aparecem na telinha e até interagindo com os comerciais. Tudo através das teclas do controle remoto.
Se existe um laboratório para o futuro da TV está em Quebec, no Canadá, onde a empresa Videoway oferece serviços interativos desde 1989.
Lá, os assinantes de TV a cabo interessados na experiência pagam US$ 6 extras por mês para receber uma pequena caixa preta que torna o aparelho de TV interativo.
O serviço já tem mais de 200 mil assinantes. Gente que ao assistir uma partida de futebol, por exemplo, pode selecionar o ângulo da câmera em que quer ver o replay de um gol; ou escolher de uma lista de manchetes as notícias que quer ver.
A Videoway agora está ampliando seus serviços para os comerciais. Numa experiência recente, permitiu que os telespectadores escolhessem um entre quatro comerciais de modelos lançados de uma fábrica de automóveis.
Ao final do anúncio uma pergunta aparecia na tela da TV. Quem respondeu certo recebeu um suéter de presente pelo correio.
Acionando as teclas do controle remoto também era possível obter mais informações sobre os automóveis.
Os comerciais foram ao ar durante as Olimpíadas de Inverno. Dos que assistiram pela TV interativa, 36% se lembravam do patrocinador do evento, contra 25% de um anunciante que não usou recursos interativos.
Mas a maior vantagem é que a fábrica poderá usar outros métodos para tentar convencê-los a trocar de carro.

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