São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994 |
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PT não tem consenso sobre dívida externa
ELVIS CESAR BONASSA
Na questão da dívida, o partido oscila entre a proposta mais radical de moratória e a idéia de promover uma auditoria para definir exatamente o que o país deve e o que vai pagar. A definição do tipo de participação popular vai dar o caráter do governo, ou seja, se será adotada ou não uma orientação socialista. A proposta esquerdista é a criação de conselhos populares. Esses órgãos serviriam como a primeira instância de decisão do governo. Seria uma orientação socialista, modernização dos sovietes criados pela Revolução Russa. Contra essa idéia, há a proposta de comitês de cidadania. Eles funcionariam como órgãos de debate e sugestões para o governo do PT. O encontro equivale à Convenção Nacional do PT, com a participação de cerca de 470 delegados de todo o país. Estende-se até o próximo domingo. Além de definir o programa de governo, o encontro vai oficializar a candidatura de Lula à Presidência da República. Será definida também a política de alianças do partido nos Estados. No caso das alianças, o caso mais polêmico será o do Ceará. O PT decidiu, naquele Estado, apoiar o tucano Tasso Jereissati. A Executiva Nacional vetou o acordo, já que Jereissati se empenhou nacionalmente pela aliança do PSDB com o PFL. Emendas O partido tem um texto básico para proposta de governo. Foram encaminhadas cerca de 300 emendas ao texto. Essas emendas foram analisadas por uma comissão de sistematização. A comissão usou seis critérios para encaminhar as emendas: acatar, acatar parcialmente, acatar com adequação de redação, rejeitar, enviar para grupo de trabalho ou mandar para decisão em plenário. Através desse processo, foram resolvidas várias questões através de discussão entre os autores das diversas propostas. Sobraram para ir a plenário apenas os temas em que não houve entendimento. No último caso se enquadram, além da participação popular e dívida externa, a discussão sobre câmaras setoriais e Forças Armadas. Segundo o coordenador da comissão, Marco Aurélio Garcia, deve haver acordo prévio, com texto de consenso, sobre aborto e programa de renda mínima. Na noite de ontem estava reunida em Brasília a Executiva Nacional do PT, com a presença de Lula. Além das questões programáticas, o encontro discutiria as alianças estaduais. Hoje haverá reunião do Diretório Nacional do PT. Texto Anterior: TSE quer 160 milhões de URVs para custear eleições Próximo Texto: Para Lula, direção vai sair vitoriosa Índice |
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