São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994
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'Tropa de choque' tenta livrar Fiuza da cassação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma "tropa de choque" que reuniu parlamentares do PFL, PMDB e PPR trabalhava ontem no plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) pela absolvição do deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE).
O ex-relator da Comissão de Orçamento e ex-ministro da Ação Social do governo Collor foi acusado pela CPI do Orçamento de liberação irregular de verbas públicas e uso do cargo para conseguir vantagens para suas empresas.
Alguns parlamentares, que pediam para não se identificar, admitiam ontem, às 20h (o julgamento começou às 9h), que a tendência da CCJ era pela absolvição do deputado na comissão. O caso vai depois ao plenário.
O relator do processo, deputado Hélio Bicudo (PT-SP), pediu a cassação de Fiuza. Bicudo gastou duas horas e quarenta minutos para ler o seu voto, concluindo que as acusações da CPI estavam corretas.
O líder do PFL na Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (BA), acompanhou a sessão na comissão para demonstrar seu apoio ao acusado.
Magalhães se irritou ao ser perguntado se o apoio do PMDB a Fiuza poderia implicar, depois, uma retribuição no julgamento do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).
"É uma indignidade essa pergunta. Todo o homem tem direito a se defender", disse. A "tropa de choque" incluiu o relator da revisão, Nelson Jobim (PMDB-RS), o secretário-geral do PFL, Eraldo Tinoco (BA), o ex-presidente do PFL deputado José Múcio (PE) e o líder no Senado, Marco Maciel (PE).
A ação dos defensores de Fiuza na comissão começou logo depois da leitura da primeira parte do relatório de Bicudo. O relator apontou as acusações contra o deputado.
A reação foi imediata. O deputado Ney Lopes (PFL-RN) contestou o último item da acusação afirmando que era uma afirmação genérica e sem especificação.
O texto polêmico afirma: "Atribui-se ainda ao deputado acusado a prática de inúmeras irregularidades apontadas em relatório da Subcomissão de Patrimônio".
Depois de muita discussão o texto foi mantido como estava.

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