São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994 |
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Reis Velloso quer 'modernizar' o país
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Objetivo: casar crescimento, democracia e distribuição de renda –o que caracteriza um país moderno. Pode parecer óbvio, admitiu Velloso, ministro do Planejamento de 1968 a 1974, mas o fato é que no Brasil nunca foi assim. Entre 1970 e 80, por exemplo, o país teve forte crescimento, mas sem distribuição e democracia. Desde 1985 tem democracia e um esforço de distribuição de renda, mas sem crescimento. Reis Velloso apresentou sua proposta nos debates de ontem do Fórum. A base de tudo é a estabilidade econômica, permitindo a retomada do crescimento. Mas a partir daí, será preciso acrescentar um complemento social. Esse complemento, segundo Velloso, pode-se fazer com três políticas básicas: 1) investimento maciço em capital humano, 2) um novo modelo de pequena empresa e 3) modelos integrados para eliminar a economia de subsistência. A primeira política trata de saúde e educação, neste caso para estabelecer um ensino de primeiro grau de qualidade, como se fez, por exemplo, na Coréia, que ganhou com isso enorme vantagem comparativa. Seus trabalhadores, mais educados, apreendem rapidamente as novas tecnologias. A pequena empresa não deve ser aquela informal, mas integrada à economia e trabalhando para a grande empresa. A terceira política refere-se ao combate à pobreza. Neste ponto, uma mudança essencial, propôs Velloso, é que as políticas sociais passem para os municípios e estados. O Ministério do Bem Estar Social, por exemplo, seria extinto. Politicamente, disse Velloso, é preciso imitar o pacto da não-elite que existe na Coréia, um pacto da classes médias com os pobres. Texto Anterior: Brasil tem 39,2 milhões de pobres Próximo Texto: Receita eleva imposto pago pela Petrobrás Índice |
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