São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 1994 |
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Ladrões assaltam 7 ônibus em 5 horas
WILLIAM FRANÇA
Os assaltos começaram às 22h30 de segunda e só terminaram às 3h30 de terça-feira. Estimativas da Polícia Rodoviária Federal indicam que o prejuízo foi de cerca de US$ 200 mil (CR$ 252 milhões). Testemunhas, como o motorista Rubens Bovô, 36, afirmam que foram dez os ônibus rendidos pelos assaltantes e que seriam entre oito e quinze homens encapuzados. "Todos usavam máscaras feitas com camisetas vermelhas e estavam mal vestidos", disse Bovô. Um deles, segundo o motorista, deixou cair o capuz mas estava com a cara suja de carvão, o que não permitiria o reconhecimento. Os assaltantes, armados de revólveres, interceptaram os ônibus e as carretas na estrada e os conduziram para uma trilha num pinheiral, distante 800 metros. Todos os veículos foram enfileirados e obrigados a permanecer fechados e de luzes apagadas. O assalto foi feito em dupla. Um homem rendia o motorista e outro recolhia dinheiro, jóias e relógios dos passageiros. "Eles não pegaram nota menor do que CR$ 5 mil. Diziam que não queriam troco", contou Bovô. Nenhum tiro foi disparado e ninguém foi machucado. Os assaltantes não abriram malas. "Eles diziam para os passageiros que deveria ser uma doação, senão atiravam". O local do assalto fica a 250 km do posto mais próximo da Polícia Rodoviária Federal (em Barreiras-BA). Por causa das péssimas condições da estrada, gasta-se mais de seis horas para se fazer esse percusso. No local do assalto, os veículos só se deslocam em primeira marcha, por causa das más condições de conservação da estrada. "A gente pára para escolher onde é melhor não cair", disse Bovô. A polícia só ficou sabendo do assalto na manhã de ontem. Foi o terceiro caso em abril: no dia 8 foram assaltados dois ônibus. No dia 10, outros dois, em áreas próximas, num raio de 100 km. Até ontem pela manhã, a polícia de Barreiras e a Polícia Rodoviária Federal não tinham pistas dos assaltantes. Eles acham que são pessoas de outra região. À tarde, a Transbrasiliana, uma das empresas que teve ônibus assaltados, obteve a informação de que um assaltante havia sido preso em Alvorada do Norte (GO). A Folha tentou confirmar a prisão, mas não havia ninguém na delegacia da cidade. Esse assaltante, segundo relato da empresa, teria sido baleado por um dos caminhoneiros assaltados e foi reconhecido ao ser atendido num hospital. Texto Anterior: CPI do asfalto não acha irregularidades em SP; Carro pega fogo em túnel no Rio; PE registra 336 casos de cólera em 7 dias; Guarda é baleado dentro de escola Próximo Texto: Acidente mata nove em Minas Índice |
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