São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Exim adia tentativa de explicar contrato

DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa Exim Comércio Exterior Ltda. se recusou ontem a prestar esclarecimentos a respeito do uso da imagem do Striker, o mascote da Copa do Mundo, por jornais brasileiros.
A empresa foi procurada pela reportagem da Folha nas últimas três semanas e somente ontem sua diretora-executiva, Ana Maria Kasmanas, aceitou falar ao jornal.
Mas, segundo Kasmanas, apenas o presidente do Grupo Exim, Elias Hofman, estaria autorizado a comentar o assunto.
Kasmanas informou que Hofman chegará ao Brasil nesta segunda-feira, acompanhado de representante da Exim em Nova York (EUA). Ambos estariam com os contratos firmados pelo jornal "O Estado de S.Paulo".
Na edição de 29 de março, "O Estado de S.Paulo" afirmou que foi "escolhido o jornal oficial da Copa do Mundo". Desde então, vem reiterando a falsa prerrogativa.
A Exim do Brasil é agente do Grupo Exim, sediado na Argentina, o qual possui os direitos de negociação dos símbolos do Mundial dos EUA na América Latina.
A detentora dos direitos sobre o Striker é a Time-Warner, uma das empresas norte-americanas organizadoras da Copa.
Ao tomar conhecimento da "exclusividade" de "O Estado de S.Paulo", representantes da Time-Warner também estranharam tal privilégio.
Segundo o grupo, o interesse é de que o logotipo e o mascote da Copa sejam divulgados mundialmente, sem restrições para os órgãos de imprensa.
"É uma briga entre o mar e o rochedo. Eu sou apenas um marisco no meio dos dois", afirmou Kasmanas a respeito da contestação ao acordo com "O Estado de S. Paulo".
A diretora agendou para segunda-feira à tarde uma entrevista em que o presidente do grupo e a representante nos EUA tentariam esclarecer a negociação.

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