São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Plano independe da revisão, diz Ricupero

Congresso deixa ministro frustrado

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem que a revisão constitucional não é imprescindível para o sucesso do plano econômico.
"O plano, que tem duração prevista de dois anos, prescinde da revisão. Ele necessitava do ajuste fiscal e do Fundo Social de Emergência, instrumentos de que j dispomos", disse.
Segundo Ricupero, o que não pode ser feito sem a revisão constitucional é a "consolidação do plano", que ser tarefa do próximo governo.
O ministro falou aos jornalistas em São Paulo após uma palestra para o "Movimento Cidadão Contra a Inflação", onde recebeu um "kit" da inflação dos coordenadores.
Ricupero voltou a afirmar que não h data definida para a introdução do real e que o anúncio ser feito pelo presidente Itamar Franco.
Com a criação da nova moeda, Ricupero disse que "a inflação vai cair e de maneira muito r pida".
O ministro criticou a não-aprovação da MP e disse ter ficado "frustrado". Afirmou que a não-aprovação da medida provisória foi causada por "posições associadas a interesses setoriais e corporativos".
O governo, segundo o ministro, não vai ficar parado à espera da decisão do Congresso sobre a MP. "Seria melhor que o Congresso dividisse as responsabilidades do plano com Executivo. Mas se isso não é possível, o Executivo não fugir às suas responsabilidades".
Após a palestra, Ricupero manteve um encontro a portas fechadas com um grupo de cerca de 30 empres rios.
No final da tarde, Ricupero manteve encontros com o governador Luiz Antonio Fleury Filho, no Pal cio dos Bandeirantes, e com o prefeito Paulo Maluf, no Pal cio das Indústrias, sede da prefeitura.
O governador paulista disse que Ricupero trouxe duas boas notícias: a liberação das verbas do setor de Saúde e de um empréstimo de US$ 490 milhões, concedido por uma agência japonesa, para as obras de despoluição do rio Tietê.
Durante o encontro com Maluf, Ricupero anunciou que seu irmão, Romeu Ricupero, ser o novo delegado do Ministério da Fazenda, em São Paulo.

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