São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Biscaia e amigos

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Escapando do eterno conflito entre os grupos cariocas de esquerda e direita, o procurador Antônio Carlos Biscaia obteve um apoio que presta, afinal. Na verdade, até dois. Na televisão, Biscaia surgiu primeiro ao lado de Aristides Junqueira, com um orgulho incontido. Depois, em cena de igreja, Biscaia falou amigavelmente e até segurou a mão de Denise Frossard com as suas duas mãos.
Tanto o procurador-geral da República como a juíza que conseguiu reerguer a dignidade da Justiça foram a Biscaia num gesto claro de solidariedade. A palavra solidariedade teria sido usada por Junqueira, em sua entrevista ao TJ, e foi o título aberto de uma missa convocada por promotores cariocas, também em apoio a Biscaia, com a presença de Frossard.
Antônio Carlos Biscaia, que tanto apanhou nas últimas semanas –e que esteve perto da histeria, ao que indicava o seu pânico nas entrevistas à TV–, parecia agora tranquilizado, acalmado, aliviado. Ele sorria muito, olhando sempre para as câmeras, como que apontando a presença de tanta gente que presta, finalmente, ao seu lado na luta contra os assalariados do jogo do bicho.
Via Sarney
Foi uma das manchetes do Jornal Bandeirantes. "Pesquisa eleitoral: José Sarney é quem mais incomoda a candidatura Lula." Melhor dizendo, José Sarney incomoda a candidatura Lula muito mais do que a via Fernando Henrique.
Está aí o resultado. É um levantamento do Vox Populi, um instituto de pesquisas ligado à campanha e depois ao governo collorido, portanto duvidoso, mas que também já teve lá as suas pesquisas corretas, feitas em outros momentos.
Ontem: Lula 30%, Sarney 19%, Fernando Henrique 15%. Para quem já posava de única alternativa frente aos radicais petistas, o tucano e seus pefelistas demonstram fôlego curto. Mal largaram e estão perdendo o segundo lugar.
Outra maracutaia
O governador Luiz Fleury, sempre ele, apareceu ontem no Jornal da Record para chamar de "maracutaia" a absolvição de Ricardo Fiuza. Ele estava, visivelmente, buscando algum jeito mais agressivo de atacar a ala peemedebista que praticou a tal "maracutaia" de que fala. São seus opositores no PMDB, os quais ele disse "abominar". Nada contra, mas também não precisava cair num plágio tão infantil de Lula.

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