São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC libera os descontentes do PSDB para apoiar Lula

EDNA DANTAS

Após reunião com ACM, candidato critica opositores à aliança com PFL

O virtual candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, mandou ontem um recado aos tucanos descontentes com a aliança do partido com o PFL: "Certas pessoas têm que ter a coragem de apoiar o Lula" (Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT).
A afirmação foi feita ontem após o encontro de Fernando Henrique com o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (PFL). Eles discutiram a aliança entre seus partidos.
Outra questão debatida foram alternativas ao nome do deputado Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, para vice do tucano.
Na entrevista, já sinalizavam a desistência de Luís Eduardo em concorrer ao cargo. Mais tarde o deputado anunciou oficialmente sua desistência (leia texto abaixo).
Sobre os tucanos descontentes com a aliança PSDB-PFL, Fernado Henrique afirmou que o encontro, marcado por eles para segunda-feira, no Rio, "é uma reunião de gente contra".
Segundo ele, esses peessedebistas estariam prestando melhor serviço se ajudassem a construir a candidatura do partido, com suas idéias, em vez "de ficar fazendo fofoca fora do partido", disse.
A reunião entre FHC e Magalhães ocorreu na casa do filho do ex-ministro, Paulo Henrique, em São Conrado, zona sul do Rio
No encontro que durou 2h25min, entre 9h05 e 11h30, eles confirmaram que a aliança dos dois partidos será oficializada na segunda-feira, pelos presidentes do PFL, Jorge Bornhausen, e do PSDB, Tasso Jereissati.
Sobre o desejo do filho de ACM em ser seu vice, Fernando Henrique disse: "Ele (Luís Eduardo Magalhães) não tem demonstrado interesse em ser vice".
O ex-governador reconheceu que tinha dúvidas se a participação de seu filho na chapa de FHC seria bom para o deputado: "Há um tempo atrás eu disse que seria, hoje eu digo que não sei. O que ele quiser é o que eu quero".
Diante disso, ACM previu que as negociações sobre o vice levarão ainda dez dias. A definição, segundo ele, deverá acontecer antes das convenções dos dois partidos, marcadas para o próximo dia 14.
A demora do PSDB em formalizar a aliança com os pefelistas, segundo o ex-governador baiano, "foi um erro realmente, mas não invalida o apoio a candidatura do ex-ministro".

Texto Anterior: Feito com defeito
Próximo Texto: Fiuza acha tucano o 'melhor'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.