São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Canhim e Garisto debatem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A discussão em busca de soluções para o fim da greve da Polícia Federal, que hoje completa 40 dias, virou bate-boca entre o governo e os policiais.
Um acusa o outro de incentivar o uso de armas como saída para o impasse.
Folha – A equiparação salarial com a polícia civil de Brasília, é legal?
Francisco Garisto – A legislação está do nosso lado. Tanto que o procurador-geral da República disse, em ofício, que temos razão.
Romildo Canhim – A equiparação é correta. O que questionamos é o fato de os agentes da polícia civil terem vinculado seus salários com os delegados da mesma polícia. Isso é inconstitucional, injustificável do ponto de vista administrativo e financeiro.
Folha – Se o salário dos policiais civis teve um reajuste inconstitucional, porque só agora foi contestado?
Garisto – Não há ilegalidade e o governo sabe disso. O governador Joaquim Roriz (DF) já demonstrou que ele tem respaldo jurídico.
Canhim – O Tribunal de Contas do DF está questionando o caso. A SAF também requereu à Procuradoria Geral da República que questione essa vinculação.
Folha – É necessária a intervenção do governo na greve, distribuindo as funções da PF para outros órgãos?
Garisto – Temo que seja uma estratégia do ministro Canhim para provocar o desgaste da nossa greve, para levar a não sei... talvez o Exército nas ruas e a Aeronáutica nos aeroportos.
Canhim – Não vejo que este seja o caminho, mas a população não pode ficar desasistida. Se há risco de o Exército ir para as ruas, isso não me diz respeito.

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