São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Assíria quer filhos e não teme fama de mulherengo

DO ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

Pelé e Assíria pretendem ter filhos após o casamento. A noiva diz não temer a fama de mulherengo do "rei do futebol", pois foi ele quem tomou a iniciativa para a união do casal.
Assíria chegou a Recife às 2h30 de ontem, onde foi recebida por sua família. Ainda no aeroporto dos Guararapes, deu uma entrevista exclusiva à Folha.(HuSa)

Folha – Quando vocês decidiram se casar?
Assíria Seixas Lemos – Há mais ou menos um ano. Esperamos todo esse tempo para a cerimônia porque eu estava morando em Nova York na época, estava me divorciando e tínhamos que esperar pela documentação.
Folha – Como foi o casamento civil em Las Vegas, em 27 de março?
Assíria – Foi muito corrido também. Nós não tínhamos programado o casamento em Las Vegas, mas, devido à demora da burocracia para a documentação, teríamos que esperar um ano depois do meu divórcio para nos casarmos no Brasil. Como eu podia me casar nos EUA, porque sou residente lá, optamos por Las Vegas.
Folha – Pretendem ter filhos?
Assíria – Sim, mas se está nos planos de Deus não sabemos. Nós conversamos sobre isso, mas não planejamos nada, não tem prazo.
Folha – Depois da Copa, Pelé pretende ficar mais no Brasil?
Assíria – Pretende, se Deus quiser. Ele vai continuar viajando, cumprindo seus contratos. Mas a Copa aumentou muito os compromissos. Depois da Copa isso vai diminuir e ele vai passar mais tempo em casa, no Guarujá.
Folha – Que reformas foram feitas na casa do Guarujá?
Assíria – Foi apenas um toque meu, um toque feminino. Mudamos algumas coisas, colocamos flores.
Folha – Você vai trabalhar depois de casada?
Assíria – Gostaria, mas não sei se você conseguir.
Folha – Você pretende estudar no Brasil?
Assíria – Não, nos EUA. A minha especialização só existe lá. É assistência social e clínica. Mas vai ser difíci conciliar o Edson e a minha filha com os estudos, ainda mais no exterior.
Folha – Como é casar com o Edson e receber o Pelé junto?
Assíria – As viagens dele são a coisa mais difícil. Agora estou mais acostumada com essa correria, com as viagens.
Folha – Que concessões cada um fez?
Assíria – Sempre tem que ceder um bocado. Ele ficou solteiro 15 anos, fora do Brasil todo esse tempo. A gente tem que se adaptar aos costumes, à cultura daqui.
Folha – Qual a primeira lembrança que você tem do Pelé?
Assíria – A primeira imagem é da Copa de 70, eu era bem pequena. Agora eu nem mais penso em Pelé, eu só penso nele como Edson mesmo.
Folha – Como se conheceram?
Assíria – Foi em Nova York, há quase dez anos, num jantar entre amigos, no restaurante de um amigo dele.
Tívemos na época um namoro, mas nada sério. Logo depois eu casei, mudei para outro estado nos EUA e perdemos contato durante quase quatro anos. Depois que me separei, nos reencontramos em Nova York. Acho que esse encontro foi para sempre.
Folha – Vocês se reencontraram casualmente?
Assíria – Não. Ele me procurou em Nova York. Eu já estava separada.
Folha – O que a sua família achou do casamento?
Assíria – No início eles não acreditavam muito.
Folha – Você teve alguma dúvida nesse período?
Assíria – Não, ele é muito íntegro, manteve sempre a palavra.
Folha – Sua filha tem consciência de quem é o Pelé?
Assíria – Tem. Quando perguntam como é o nome do pai, ela responde: "Edson Arantes do Nascimento, vulgo Pelé." Uma criança de três anos entende muito mais do que a gente imagina.
Folha – Você não teme a fama de mulherengo de Pelé?
Assíria – De jeito algum. Se fosse isso que ele queria, não precisava casar.

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