São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Revisão exclusiva; TV do povo; Fiuza para vice; Direitos dos homossexuais; "Merchadising"; Intelectuais; Ianomâmis; Livros didáticos

Revisão exclusiva
"Com o editorial de 28/04 ('Pela revisão exclusiva'), a Folha indica um rumo positivo para impedir que o Congresso Nacional se transforme em nau dos insensatos e conduza a revisão constitucional pelos pontos cardeais da anomia, da desesperança, da indiferença e da insegurança. Ao patrocinar esta causa indispensável para a sobrevivência do regime democrático e dos ideais da justiça social, a Folha estimula o bom debate e comparece no tribunal da boa esperança com a melhor receita: a lucidez."
René Ariel Dotti, professor titular de direito penal da Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR)

"O editorial 'Pela revisão exclusiva' é muito ousado, e tudo o que é ousado neste país parece utópico. Mas a Folha deve dar continuidade a essa tese."
Waldir Mansure (São Paulo, SP)

"Parabéns pelo editorial 'Pela revisão exclusiva'. Tenho esperança de que ainda haja brasileiros de bom senso para aprová-la."
Beatriz Silva Pinto (São Paulo, SP)

"Com referência à matéria publicada ontem sob o título 'Congresso começa a discutir assembléia revisora exclusiva', peço licença para retificar parcialmente o que constou como declaração minha. Como frisei ao repórter, sou favorável à existência de candidaturas avulsas para a composição da assembléia nacional revisora."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo –USP (São Paulo, SP)

TV do Povo

"Tem esta carta a finalidade simples de restabelecer a verdade que foi falseada na reportagem da pág. 1-15, edição deste último domingo (24/04). Em momento nenhum o entrevistado Francisco Santa Rita 'procurou o jornal e refez sua declaração'. Se a repórter não tem a entrevista comigo gravada e/ou não tem boa memória, eu tenho. O que ocorreu realmente foi que, num primeiro telefonema, a repórter desejava uma série de fatos e datas. Impossível lembrar tudo de cabeça. Disse-lhe isso, dizendo também que procuraria meu contador e meu advogado para poder dar-lhe informações corretas. Fiz isso e, retornando uma segunda ligação, completei as informações do primeiro telefonema. É simples: em momento algum refiz qualquer declaração como é dito na reportagem com o fim único de fazer parecer que há algo suspeito ou nebuloso."
Chico Santa Rita (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Elvira Lobato – No dia 5/04, às 18h30, Santa Rita afirmou à Folha que havia vendido a TV do Povo para Quércia e que não possuia mais nenhuma cota da empresa. No dia 6/04, às 12h30, disse que continua legalmente dono da empresa e que só assinou um contrato particular de promessa de venda e uma procuração transferindo a administração da TV para os executivos indicados por Quércia. A reportagem reproduz o que ele disse nos dois telefonemas. Em sua carta, ele não contesta nenhuma das declarações, claramente conflitantes.

Fiuza para vice

"Temos aí um ótimo nome para figurar como vice na chapa do senador Fernando Henrique: o deputado Fiuza! Ele tem tudo o que FHC está procurando: é do PFL, representa um Estado do Nordeste, tem muitíssimo bom trânsito entre os congressistas e o mais importante: tem uma ficha comprovadamente limpa, sem máculas. Este é um conselho de um eleitor de 'carteirinha' do senador, que o ajudou a eleger-se em diversas eleições."
Gilberto Rios (São Paulo, SP)

"Com o pedido de absolvição do deputado Ricardo Fiuza na CCJ da Câmara, a moralidade não foi restabelecida. Isto é sinal de que devemos nos locupletar todos! Em tempo: recomendo Ricardo Fiuza para ministro da Justiça de um possível governo PSDB-PFL."
Gilberto A. Giusepone (São Paulo, SP)

"Apesar de o mandato do deputado federal Ricardo Fiuza não ter sido cassado, quero parabenizar o incansável deputado Hélio Bicudo pelo trabalho que realizou como relator do caso. O sr. Bicudo, um dos raros políticos honestos do país, não deve se considerar derrotado; pelo contrário, foi vitorioso, pois seu esforço jamais sairá da memória dos homens de bem."
Gracindo Caram (São Paulo, SP)

Direitos dos homossexuais

"Gostaria de parabenizar o articulista Hélio Schwartsman pelo teto 'O PT e o aborto', onde enfoca, além da questão do aborto, os direitos à cidadania dos homossexuais. Qualquer partido que quiser construir uma sociedade realmente democrática não poderá fazê-lo pela exclusão em decorrência da orientação sexual. Chega de homofobia! Cidadania já!"
Josué Delfino de Freitas (São Paulo, SP)

'Merchandising'

"Foi simplesmente lamentável a primeira notinha da coluna da Joyce na edição de 17/04. Para caracterizar o 'merchandising' da nova droga só falta o telefone do distribuidor."
Sérgio Gentile (São Paulo, SP)

Intelectuais

"A disputa entre 'intelectuais' ora travada em torno das candidaturas Lula e FHC tem contribuído para derrubar um ponto de vista muito difundido no meio universitário, segundo o qual os intelectuais brasileiros seriam meros reprodutores da cultura d'além mar. De fato, foi a confirmação dessa tese que me veio à mente ao ler o artigo do professor José Arthur Giannotti (13/03): a explicitação dos elementos do discurso que tenta legitimar o neoliberalismo entre nós (internacionalização, modernização etc.) dão a impressão de estarmos lendo artigo do senador Roberto Campos. Mas a crítica não se sustenta: basta acompanharmos a intervenção da professora Marilena Chauí no debate (24/04) para nos convencermos de que dispomos de pessoas com capacidade de elaborar compreensão própria, objetiva e verossímil."
Vicente Gomes, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Piauí (Teresina, PI)

Ianomâmis

"O artigo de Janer Cristaldo (especial para a Folha) publicado em Mais! (24/04) é absolutamente falso e racista. Se ele duvida do(s) massacre(s) do ianomâmi (e outros!), deveria consultar os sobreviventes que hoje vivem em território brasileiro. Lamentamos profundamente que a Folha dê espaço para uma falsificação grosseira como esta, armada por quem, visivelmente, pretende solapar os direitos indígenas."
Márcio Santilli, secretário-executivo do Núcleo de Direitos Indígenas –NDI (Brasília, DF)

Livros didáticos

"A propósito da série de reportagens sobre livros didáticos, publicada entre os dias 21 e 23 de abril, gostaríamos de esclarecer dois pontos referentes à coleção 'Aquarela', de D'Ólim Marote, publicada por esta editora: 1) Quando se fala na transformação da leitura e aprendizado 'em uma tarefa descolada da realidade da criança', cita-se como exemplo um texto que fala de circo. Além de a função básica desse texto ser a apresentação do dígrafo 'ch' ao alfabetizando, note-se que ele tem como tema o circo, algo inquestionavelmente ligado à realidade da criança; 2) Deslocada de seu contexto de livro de 1ª série do 1º grau e apresentada aos leitores adultos do jornal, a linguagem do texto pode parecer 'uma piada'. Mas de modo algum é assim para os leitores da faixa etária a que ela se destina, as crianças que se alfabetizam. Para o alfabetizando, essa linguagem é coerente e adequada."
Antonio Carlos Olivieri, assessor de imprensa da Editora Ática S.A. (São Paulo, SP)

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