São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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Mercador de ilusões

Jarbas Passarinho (PPR-PA) conta que em maio de 91, com Zélia desgastada no governo, Collor mandou-o a São Paulo sondar José Serra para substituir a ministra.
Para evitar constrangimentos, Collor pediu ao então ministro da Justiça que dissesse a Serra que ele estava numa lista tríplice, e que ele, Passarinho, trabalharia pelo seu nome se aceitasse a indicação.
Procurado em casa à 1h da madrugada, Serra protelou a resposta. Ao fim, segundo Passarinho, disse que precisava ouvir "as bases".
O ministro disse que não poderia esperar, agradeceu, e foi dormir, às 3h, numa guarnição do Exército na capital paulista.
Às 6h, estava na casa do empresário José Mindlin. Ele também recusou, mas indicou o nome de Marcílio Marques Moreira, embaixador em Washington.
Passarinho ligou e Marcílio, do outro lado da linha, indagou:
– De quanto tempo disponho?
– Vinte segundos –disparou Passarinho, brincando.
Marcílio assustou-se. Passarinho deu uma hora para o embaixador.
Dentro do prazo, Marcílio ligou e disse o "sim". O resto é história.

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