São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994
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PSDB vê desgaste em Fernando Henrique

GILBERTO DIMENSTEIN; TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O virtual candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, quer que o PFL decida ainda esta semana o nome do seu candidato a vice para, já na semana que vem, começar a fase de viagens de sua campanha.
A pressa se deve à avaliação das cúpulas do PSDB e do PFL de que a candidatura FHC começa a sofrer desgaste no eleitorado.
A definição do PFL depende agora de o presidente do partido, Jorge Bornhausen, aceitar ou não sua indicação para vice da chapa, no lugar do deputado Luís Eduardo Magalhães.
Caso Bornhausen não aceite, o deputado Benito Gama, ex-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Collorgate é o preferido dos tucanos.
O ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães defende como alternativa o líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PE), mas não vetaria Benito.
Na avaliação do comando da campanha, a principal causa do desgaste foi a demora na definição da aliança PSDB-PFL-PTB, que será anunciada amanhã e a definição do vice não pode se protelar.
FHC ouviu essa mesma avaliação de ACM e do presidente do PSDB, Tasso Jereissati.
Ele concordou com ambos que as incontáveis reuniões para discutir alianças acabou associando, em excesso, sua imagem à desgastada que o eleitorado tem dos políticos.
FHC quer agora se distanciar por um tempo de Brasília e entrar em contato direto com os eleitores, como tem feito seu adversário do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, através de suas chamadas caravanas da cidadania.
Na conversa com ACM anteontem, FHC ouviu ainda que precisa criar "novos fatos" para sua campanha, que não sejam ligados ao plano econômico nem à questão das alianças.
O primeiro desses "fatos" pensado pela cúpula tucana é transformar a mulher de FHC, a antropóloga Ruth Cardoso, numa espécie de Hillary Clinton, mulher do presidente dos EUA, Bill Clinton.
Hillary foi quem elaborou o programa de saúde do governo Clinton, uma das peças-chave de sua campanha eleitoral. FHC já sugeriu a Ruth que ela seja responsável pela elaboração de seu programa social de governo.
A idéia é dar ênfase, na campanha, às propostas sociais de um eventual governo FHC. Esse programa colocaria a educação no topo da lista de prioridades, a exemplo do PT.

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