São Paulo, domingo, 1 de maio de 1994 |
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Juro em alta faz transição rumo ao real
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Há consensos. O real entra em vigor no dia 1º de julho. O câmbio ficará fixo (a relação entre real e dólar) no primeiro momento e haverá monetização (quantidade maior de dinheiro ficará na conta corrente). Além disso, o antigo fundão, criado durante o Plano Collor 2, vai acabar. A única discussão entre os analistas ouvidos pela Folha é se a morte será por decreto ou por inanição. O novo fundão, em URV, criado agora pelo Banco Central (BC), surge prometendo uma rentabilidade um pouco melhor e garante a transição para a nova moeda. Mas não é isento de problemas. A URV, depois do real, deixará de variar diariamente. A queda súbita do rendimento nominal (um subproduto da queda da inflação) pode gerar o que os economistas chamam de "ilusão monetária". É que, antes de 1º de julho, as aplicações em URV rendem juros e correção (são pós-fixadas); depois, pagam só juros (são prefixadas). O mercado espera, porém, que os juros pós-real sejam altos o suficiente para impedir uma migração de recursos em direção ao consumo. "O importante é que a inflação em real seja baixa, já que o câmbio vai ficar fixo", diz Pedro Bodin, ex-diretor do BC. Para Ibrahim Eris, ex-presidente do BC, o governo terá que mostrar o caminho dos juros, intervindo no over. "Se não fizer nada, terá problemas para vender seus títulos", diz. LEIA MAIS sobre a transição no mercado financeiro nas págs. 2-12 e 2-16. Próximo Texto: Móveis e utensílios; Tira-manchas; Perdas e danos; Fazendo caixa; Dívida abatida; Ativo realizável; Menor preço; Bons ares; Lazer no vermelho; No cofre; Pedágio privado; Gás demorado Índice |
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